Presididos pelo vereador José Crespo (DEM), os trabalhos abordaram as obras atrasadas que envolvem repasses do governo federal
A Comissão Parlamentar de Inquérito das Obras Atrasadas, sob o comando do vereador José Crespo (DEM) e tendo como relator o
Também foram ouvidos três convidados que não puderam ser ouvidos na oitiva programada para 29 de maio devido às sessões extraordinárias realizadas naquela data. São eles: o superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Sandro Vimer Valentini; o gerente de Relacionamento de Governo do Banco do Brasil, Vagner Carrilho, e o gerente geral do Banco do Brasil
Crespo observou que os recursos das creches são repassados pelo Banco do Brasil, enquanto os repasses para obras maiores, de saneamento, por exemplo, são repassadas pela Caixa. O
Repasses da Caixa – O superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Sandro Vimer Valentini, enfatizou que a Caixa não tem nenhum relacionamento com empreiteira e que seu papel é fazer uma análise da capacidade de financiamento do município, dos impactos ambientais da obra e da documentação apresentada, o que inclui a aprovação da Câmara Municipal. A partir daí, os repasses vão sendo feitos de acordo com o estágio da obra apresentados
Carlos Leite também cobrou explicações aos secretários municipais sobre o atraso nas obras de contenção da Bacia do Jardim dos Estados. O diretor-geral do Saae, Wilson Unterkircher Filho, disse que em novembro de 2006 foi contratado o projeto básico da obra, que serviu de base para a licitação realizada entre maio e junho de 2012, no valor de R$ 8,46 milhões, tendo como vencedora a M. Tabet, que assinou um contrato no valor de R$ 6,66 milhões, com um deságio de 21%. Ao fazer o projeto executivo, o custo apresentado pela empresa foi de R$ 12,87 milhões, ultrapassando o percentual de acréscimo permitido, que é de 25% do custo inicial da obra. Segundo o diretor do Saae, a diferença de preço foi, sobretudo, nos critérios de medição de transporte de material e terraplenagem.
Em 8 de novembro do ano passado, o Saae requereu a suspensão do contrato junto à Caixa em função da discrepância de valores e, por recomendação do TCE, a autarquia tentou negociar com a empresa um aditivo no limite de 25%. Wilson Unterkircher deixou claro que a Caixa sempre teve a máxima boa vontade nas relações com a Prefeitura. Também afirmou que a empresa teve boa vontade em negociar, mas não se chegou a um acordo. “A obra deve ser objeto de nova licitação”, explicou, lembrando que o Saae está tocando a obra e que ela continua sendo remunerada pela Caixa.
Crítica a secretários – O vereador Izídio de Brito (PT), com base nos depoimentos, deixou claro que as obras que estão paradas não têm nenhuma dependência de recursos do governo federal, conforme, segundo ele, chegou a parecer devido a declarações de auxiliares do governo municipal e também do próprio prefeito
No caso dos atrasos nas obras das creches, o presidente da CPI, José Crespo, observou que as informações do FNDE ainda não foram oficialmente encaminhadas à Câmara. Mas observou que, até o momento, o mais provável é que os atrasos tenham sido motivados pelas razões apontadas em reportagem do jornal Cruzeiro do Sul, do jornalista Leandro Nogueira. Crespo lembrou que, segundo a reportagem, os atrasos se devem basicamente à falta de envio de documentos por parte da Prefeitura sobre os convênios celebrados e não devido a informações sobre o andamento das obras.
Crespo também formulou perguntas do vereador Irineu Toledo (PRB) sobre o atraso de mais de sete anos nas obras da ETE Aparecidinha. A empresa responsável pela obra teria recebido valores superiores e, mesmo assim, desistiu do contrato. Geraldo Caiuby disse que, na ETE Aparecidinha, foi descoberto um sítio arqueológico, que paralisou a obra. Posteriormente, estava prevista a construção de 4 mil moradias na região, o que exigiu uma ampliação do projeto original, motivando novo atraso. O atual diretor do Saae explicou que a empresa abandonou as obras e as devidas sindicâncias administrativas foram instauradas para apurar os fatos.
Possível prorrogação – O relator da CPI,
Encerrando os trabalhos, o vereador José Crespo observou que as oitivas de hoje são as últimas programadas e que, por enquanto, não há outros depoentes a serem ouvidos. Crespo adiantou que o prazo inicial da CPI vai até 3 de julho e provavelmente será prorrogado por mais 90 dias, indo até 3 de outubro. Participam da CPI, ao lado de Crespo, os vereadores Marinho Marte (relator),