Na manhã desta quarta-feira, 26, o presidente da Câmara Municipal de Sorocaba, José Francisco Martinez (PSDB), recebeu a professora Maria Inês Pannunzio, primeira dama do município e a secretária municipal de Educação, Dulcina Guimarães Rolim, para uma reunião sobre a situação das creches na cidade e a previsão de novos investimentos na área.
Também participaram do encontro os vereadores Luis Santos (PMN), Izídio de Brito (PT), Anselmo Neto (PP), Saulo da Afroarts (PRP), Pastor Apolo (PSB), Paulo Mendes (PSDB), Jessé Loures (PV) e Waldomiro de Freitas (PSD). O vereador José Crespo (DEM) enviou um ofício ao presidente do Legislativo e à primeira dama, justificando sua ausência na reunião.
Maria Inês Pannunzio explicou aos vereadores que assumiu a coordenação pedagógica das creches na cidade e que a intenção é oferecer um atendimento de boa qualidade às crianças, mas, ressaltou que existem hoje cerca de 3 mil crianças aguardando vaga em uma das unidades. “Sabemos que é um direito constitucional, mas, o plano nacional de educação prevê que apenas em 2020 o país consiga cobrir 50 por cento da demanda de creches”, disse.
Ainda de acordo com dados apresentados pela primeira dama, este ano a Prefeitura irá entregar duas novas creches. Outras 15 deverão ser construídas nos próximos três anos, sendo 10 com verba Federal, duas do Estado e 3 com recursos do próprio município, garantindo um total de 4.500 novas vagas para crianças. “Por enquanto estamos com déficit. Esta ano recebemos 1.700 ordens judiciais para acomodar crianças em creches, mas, só conseguimos cumprir 700 até o momento”.
O vereador Anselmo Neto sugeriu, além da ampliação do número de creches na cidade, a criação de um programa de planejamento familiar para orientar principalmente as adolescentes. Já Waldomiro de Freitas perguntou sobre o antigo projeto das “mães crecheiras”, em que crianças ficavam com mulheres da comunidade em vários bairros, sendo para isso remuneradas pela Prefeitura.
Maria Inês disse não ser mais viável tal proposta, um vez que as mulheres passavam o dia realizando tarefas domésticas, tendo cerca de cinco crianças para cuidar. “Não se pode dar um atendimento com pouca qualidade às crianças, principalmente até os três anos de idade, quando uma parte importante do cérebro está em desenvolvimento”, argumentou.
Saulo da Afroarts solicitou às visitantes o cronograma das obras que estão sendo realizadas em creches no município, bem como a das que ainda serão construídas. Izídio de Brito afirmou que, segundos dados da Secretaria Municipal de Saúde, nascem 60 crianças por dia na cidade, sendo aproximadamente 600 por ano. Dados que podem ajudar a definir um diagnóstico da necessidade de creches em Sorocaba.
Izídio de Brito reforçou apoio a instituição de um programa de planejamento familiar na cidade, e sugeriu a realização de uma campanha junto ao CIESP para que haja investimento de empresas na manutenção de creches, em troca de incentivo fiscal. Maria Inês afirmou que existe a idéia de criar o vale-creche com essa finalidade.
O vereador Jessé Loures reclamou da falta de segurança nas escolas e cobrou a conclusão da reforma do Centro de Educação Infantil, CEI 84, do bairro São Guilherme, que, segundo ele, possui hoje uma demanda de 400 crianças. “A obra tinha previsão de entrega no final do ano passado, mas até agora não terminou”.
O presidente da Câmara fez uma série de observações em relação à Educação e cobrou um meio mais eficaz de comunicação entre o Legislativo e a Secretaria. "Tivemos uma escola com o filtro e quatro portas roubadas e até para nós foi difícil encontrar alguém que respondesse pelo assunto na Prefeitura”, reclamou Martinez.
O vereador pediu a volta dos zeladores às escolas para evitar furtos de vidros, portas e até de merenda, além da redução da jornada das auxiliares de educação, de 8 para 6 horas diárias. Maria Inês respondeu que irá ampliar o quadro de profissionais nas creches para atender à reivindicação.
O vereador Pastor Apolo questionou o contrato com creches através de convênios, como medida emergencial para ampliar a quantidade de crianças atendidas hoje na cidade. A primeira dama explicou que o serviço não é igual ao das creches municipais, o que cria uma diferença entre o serviço prestado às crianças.
Atendendo ao pedido do presidente da Câmara, a secretária de Educação e a primeira dama concordaram em voltar à Casa de Leis no início de agostos para uma outra reunião, quando a Prefeitura irá passar dados atualizados da situação das creches no município.