Vereadores acompanham apresentação do projeto e questionam segurança e proteção ambiental.
A implantação do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) em Iperó em área contígua ao Centro Experimental de Aramar foi tema de palestra realizada na Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira, 2. O presidente da Casa, José
Os vereadores Jessé Loures (PV), Cláudio do Sorocaba I (PR),
O empreendimento, desenvolvido por um órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), objetiva dar suporte ao desenvolvimento de atividades do setor nuclear buscando a autossuficiência da produção de radioisótopos utilizados na medicina nuclear no país. O reator de pesquisa terá 30 MW de potência, será construído no município vizinho, em Iperó, em uma área de mais de 2 milhões de metros quadrados, adjacente a Aramar, cedido pela Marinha do Brasil. Nas proximidades encontra-se a Floresta Nacional de Ipanema.
Serão realizadas ainda três audiências públicas para debater a proposta. A primeira no dia 22 de outubro, no Polo Cultural da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Iperó; no dia 23, no auditório da Fundec, e dia 24, no auditório do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, todas às 19h30.
Palestra: Perrotta afirmou que se trata de tema técnico e complexo, mas importante. O coordenador apresentou alguns conceitos básicos e explicou as várias aplicações do radioisótopo e sua utilização na medicina nuclear, indústria, pesquisa espacial, agricultura, meio ambiente e irradiação de alimentos. “A energia nuclear está no dia a dia da sociedade com uma importância muito grande”, frisou.
Esmiuçou a organização do programa nuclear brasileiro, seus órgãos e hierarquia, além do planejamento federal na área que inclui a construção do Angra III, concluir o Reator LABGENE para propulsão naval e construir o submarino nuclear. O coordenador técnico do RMB acrescentou que o Brasil conta com quatro reatores nucleares de pesquisa em operação. O mais antigo e de maior potência (5 MW), inaugurado em 1957, é aquele mantido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Segundo sua apresentação, o objetivo de um novo reator é dar suporte ao programa nuclear brasileiro, à medicina nuclear no Brasil e as aplicações industriais estratégicas, desenvolver pesquisa fundamental e tecnológica e fortalecer o pólo de tecnologia nuclear de Iperó.
O RMB: A operação do novo reator se dará 24 horas com turnos de 24 dias. A Meta inicial é dobrar a produção atual e produzir todos radioisótopos importados, garantindo o suprimento e auto-suficiência do Brasil. O coordenador explicou que se trata de uma produção contínua e importação semanal com alto valor agregado.
O custo estimado do empreendimento é de 500 milhões de dólares e custo operacional de 10 milhões de dólares por ano. Dentro do cronograma, o projeto básico deverá ser finalizado em meados de 2014, o licenciamento ambiental já foi iniciado assim como a ampliação das instalações em Aramar. A fase seguinte é a implementação efetiva do RMB no local. Segundo o coordenador, o investimento está previsto no Plano Plurianual do Governo Federal.
Perrotta afirmou que a área cedida pela Marinha e a área complementar do Governo do Estado, tornam o empreendimento autônomo diante à área de segurança exigida. “Não há problema de efetiva segurança quanto ao meio ambiente e população. O processo está restrito ao próprio reator”, frisou.
Manifestações: O
Perrotta afirmou que incidentes com materiais radioativos não atingem à população devido a natureza do transporte utilizado. Quanto a segurança, afirmou que teve-se a preocupação desde o inicio do projeto de procurar um entorno maior, além da área cedida pela Marinha, para que possíveis acidentes se detenham dentro da própria instalação. Sobre o impacto ambiental, mais de 30% do empreendimento é de preservação ambiental. Quanto uma possível desvalorização imobiliária, citou que com a instalação do Ipen aconteceu o contrário, houve a valorização do entorno.
Em resposta a questionamento do vereador José Crespo (DEM) o coordenador explicou que o RMB é independe a Aramar, onde já há um reator para teste de propulsão naval, sendo o Reator Multipropósito gerido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Já o
O secretário Caiado ressaltou que o RMD significa a vinda da USP para cá que poderá representar a oferta de novos cursos de pós-graduação na área de tecnologia, além da possibilidade de desenvolvimento do Parque Tecnológico. Técnicos da secretaria do Meio Ambiente também participaram da palestra.