18/11/2013 18h29

Proposta pelo vereador Francisco França (PT), a audiência ouviu os representantes das empresas Gomes Lourenço e Proactiva

 

A coleta e a destinação final do lixo produzido em Sorocaba foi o tema de audiência pública realizada na tarde desta segunda-feira, 18, na Câmara Municipal de Sorocaba, por iniciativa do vereador Francisco França (PT). Participaram da audiência os representantes das empresas Gomes Lourenço, responsável pela coleta de lixo em Sorocaba, e da empresa Proactiva, proprietária do aterro sanitário em Iperó.

 

A Prefeitura de Sorocaba também foi convidada a participar da audiência pública, mas não enviou representantes, o que foi objeto de críticas dos vereadores Francisco França, Izídio de Brito e Carlos Leite, que compõem a bancada do PT na Casa. Tinham sido convidados, especialmente, o secretário de Governo, João Leandro da Costa Filho, e a secretária de Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho, além de associações de moradores e cooperativas de reciclagem de Sorocaba, que marcaram presença.

 

A audiência pública teve início com uma explanação do sócio-diretor da Gomes Lourenço, Carlos Lourenço, que descreveu a operação da empresa em Sorocaba. A empresa mantém na cidade 15 mil contêineres de 240 litros e quase 1 mil contêineres de 1 mil litros, contando com uma frota de 25 caminhões e cerca de 300 funcionários. E ingressou na Justiça contra a Prefeitura por discordância quanto aos valores pagos pela coleta de lixo.

 

Outro problema enfrentado na coleta de lixo é a manutenção dos contêineres. Segundo o representante da Gomes Lourenço, está sendo feito um levantamento de todos os contêineres existentes na cidade, evitando, entre outras coisas, que eles fiquem fora do lugar. Segundo o diretor da empresa, no contrato com a Prefeitura está prevista uma reposição de 3% dos contêineres, mas, segundo ele, o índice de reposição é muito maior, devido à depredação dos equipamentos, inclusive pelo mau uso por parte de determinados funcionários.

 

O diretor da empresa também discorreu sobre a briga judicial que a Gomes Lourenço trava com a empresa Proactiva e disse que Sorocaba não pode ficar dependente de um só aterro sanitário. Já o representante da Proactiva, o engenheiro ambiental Vinicius Pedreira Coimbra, afirmou não poder responder aos questionamentos judiciais, contratuais e administrativos suscitados na audiência, uma vez que sua atuação na empresa é técnica e viera preparado para debater temas técnicos da questão do lixo.

 

Os vereadores Izídio de Brito e Carlos Leite fizeram uma série de questionamentos aos representantes da empresa e, no caso da Proactiva, Izídio de Brito sugeriu que, via requerimento, seja solicitada a composição societária da empresa. Também fizeram questionamentos munícipes e representantes de entidades, como a presidente do Ceadec, Rita de Cássia Viana, e Eloivir de Brito, além de um assessor do deputado estadual Hamilton Pereira (PT), que o representou.

 

Ao final dos trabalhos, o vereador Francisco França lamentou, mais uma vez, a ausência do poder público e observou que em agosto de 2014 entra em vigor a nova política ambiental do país, mas que a Prefeitura de Sorocaba, até agora, não sinalizou nada nesse sentido. “Não resolveu nem a questão do aterro sanitário e continuamos refém do aterro de uma empresa privada em Iperó”, criticou França. O vereador disse ainda que Sorocaba não pode ficar refém da briga judicial entre duas empresas privadas, a Gomes Lourenço e a Proactiva, e enfatizou que esta audiência pública foi apenas o início da discussão sobre o problema do lixo.