19/02/2014 17h36

Em vistoria, vereadores conversam com técnicos que confirmaram a pretensão do SAAE de trocar 200 mil hidrômetros; ar também é computado

 

Os membros da CPI do SAAE fizeram uma visita surpresa na manhã desta quarta-feira (19) ao Centro Operacional do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), para conhecer o funcionamento da unidade e coletar dados para subsidiar o trabalho investigativo da Comissão.

 

Presidida pelo vereador Carlos Leite (PT) e relatada pelo vereador Pastor Apolo (PSB), presentes na diligência, a Comissão conversou com o coordenador do Centro Operacional, Engenheiro Ronaldo Rodrigues, que deu esclarecimentos sobre os trabalhos desenvolvidos na unidade, e com o Engenheiro Cláudio Roberto Baudenbacher, chefe do setor de hidrometria da autarquia. Os vereadores Izídio de Brito (PT) e José Crespo (DEM), membros da CPI, também estiveram presentes.

 

Carlos Leite, Presidente da Comissão e vice-Presidente do Legislativo, avaliou como positiva a diligência. “Coletamos muitas informações preciosas para o andamento da CPI, que certamente serão empregadas durante as oitivas. Além disso, conhecemos a parte operacional do SAAE, que congrega serviços fundamentais da autarquia, e poderemos voltar futuramente com novas dúvidas a serem sanadas”, disse o vereador.

 

Ronaldo Rodrigues confirmou que parte do aumento da arrecadação do SAAE em 2013 – ano em que a autarquia teve um superávit de R$ 22 milhões – se deve à troca de muitos hidrômetros desgastados, por novos equipamentos. Ele confirmou, ainda, a pretensão do SAAE de trocar todos os 200 mil hidrômetros da cidade. Alguns, segundo ele, funcionam há vinte anos e já estão muito desgastados.

 

“Os novos hidrômetros são muito mais precisos que os antigos, e marcam o consumo real da casa”, disse Rodrigues, esclarecendo que muitos dos hidrômetros substituídos já não tinham capacidade de medir pequenos gastos. “Por isso muitas pessoas estão reclamando das contas de água, que consideram mais altas depois da substituição”, justifica.

 

Sobre a dificuldade de abastecimento de diversos bairros da cidade em janeiro deste ano, os técnicos do SAAE afirmaram que isso se deveu a um consumo 30% maior naquele mês, do que a capacidade máxima de abastecimentos em períodos de verão.

 

Depois de conversar com o coordenador do Centro Operacional, os vereadores foram ouvir o Engenheiro Cláudio Baudenbacher, responsável pelo setor de hidrometria do SAAE. No local, a Comissão conheceu o sistema de testes de hidrômetros classe A e B, a capacidade de medição de cada equipamento e a durabilidade dessas peças.

 

Baudenbacher confirmou que o novo hidrômetro é muito mais sensível e consegue computar a passagem de quantidades mínimas de água, que passava despercebidas pelos antigos aparelhos.

 

O engenheiro confirmou que o hidrômetro mede também o ar que passa por ele, e foi enfático ao descartar a eficácia de aparelhos que prometem impedir a medição desse ar. “Nenhum desses aparelhos segue as normas da ABNT, e não possuem qualquer eficácia na diminuição da medição do ar”, garantiu.

 

Baudenbacher mostrou o funcionamento de um hidrômetro para os vereadores, e disse que a peça mede de forma crescente a água que passa por ela, e de forma decrescente a que volta, eventualmente, da residência para o cano da rua. Por isso, afirmou, muitas pessoas invertem a direção do hidrômetro para diminuir a quantidade de água computada anteriormente, fraudando a medição. A precariedade da quantidade de fiscais – e tecnologia – que fiscalizem com mais rigor essa situação, foi confirmada pelos técnicos do SAAE.

 

Perguntado sobre a política da autarquia em relação aos hidrômetros adulterados, os técnicos disseram que os hidrômetros são apreendidos pelo SAAE, passam por perícia e só depois de cinco anos são descartados como sucata. Os trocados por defeito são descartados imediatamente.

 

Centro Operacional

 

No Centro Operacional reúnem-se as unidades operacionais do SAAE: departamento de água, de esgoto e de drenagem, que antigamente ficavam dispersos em vários pontos da cidade. Ainda hoje os reservatórios funcionam normalmente nessas antigas unidades.

 

“Todo o operacional, toda a frota, sai daqui”, esclareceu o Engenheiro Ronaldo Rodrigues, que assumiu a coordenadoria do Centro há quase um mês. Antes, ele trabalhava na parte da inspeção técnica e já foi chefe do departamento de administração, na Unidade Central (Santa Rosália). Cerca de 800 funcionários trabalham na unidade.

 

Segundo o Engenheiro, a maior parte da frota do SAAE é terceirizada.

 

O prédio é próprio, e foi comprado na gestão do ex-diretor Pedro Dal Pian. A partir de 2011, os serviços do SAAE passaram a funcionar no local, antigo prédio da Kassuga. A inauguração se deu na gestão de Geraldo Caiuby.

 

Rodrigues afirma que há um corpo técnico no SAAE que avalia todos os materiais usados pela autarquia, seguindo as regras da ABNT, descartando aqueles que possuem defeitos e aprovando, para uso, os que seguem as regras estabelecidas.

 

CPI do SAAE

 

O vereador Carlos Leite (PT) é o Presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os problemas no abastecimento de água da cidade de Sorocaba. O vereador Pastor Apolo (PSB) é o relator do caso.

 

O foco das investigações é o SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto, que ficou mais de 20 anos sem investir em mudanças estruturais de grande impacto no setor de abastecimento da cidade.

 

Além do presidente e do relator, fazem parte da Comissão os vereadores Francisco França (PT), Izídio de Brito (PT), Marinho Marte (PPS), José Crespo (DEM) e Tonão Silvano (SDD). A CPI tem prazo regimental de 90 dias para concluir os trabalhos, podendo ser prorrogada por mais três meses.

 

(Assessoria de Comunicação – Vereador Carlos Leite/PT)