Secretário de Saúde, movimentos sociais, ativistas e mães participaram do debate no plenário do Legislativo.
As formas violência obstétrica e a opção pelo parto humanizado foram discutidas em audiência pública na noite desta terça-feira, dia 8, no plenário da Câmara de Sorocaba. Promovido pelo vereador Izídio de Brito (PT), presidente da Comissão de Saúde Pública do legislativo, o debate contou com a participação de profissionais da área, movimentos sociais, ativistas, poder público e mães.
A mestra
Segundo Amorim, entre os procedimentos de rotina desnecessários ou prejudiciais de violência contra a mulher durante o parto estão o impedimento da presença do acompanhante, a imposição de repouso no leito, humilhação e xingamentos, amarração de pernas e braços, toques repetidos, episiotomia e cesariana sem consentimento da mãe e empurrões na barriga.
Melania destacou ainda o alto índice de cesarianas desnecessárias feitas no país, contraindicadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e que podem acarretar em problemas futuros para as mães e crianças, como alergias e obesidade. Apresentou também relatos de mulheres que sofreram violência obstétrica que dizem-se violentadas, injustiçadas, com problemas de autoestima e repercussões físicas, como dores e questões estéticas, entre outros.
Para Valéria Souza, representante da Atremis, organização comprometida com a promoção da autonomia feminina, prevenção e erradicação de todas as formas de violência da mulher, a política nacional se posiciona e cria projetos favoráveis a humanização do atendimento. “Mas o que vemos na prática é que se passa por cima do direito da mulher, descumprindo a lei, mesmo a gestante e a criança serem sujeitos de direito”. Apontou a necessidade novas iniciativas legislativas em prol da causa.
Sorocabanas que sofreram violência obstétrica apresentaram seus relatos ocorridos tanto na rede pública e particular da cidade. Solicitaram da prefeitura mais informações de fácil acesso, por meio de campanhas, sobre a humanização do parto, a violência obstétrica e os direitos das mulheres, além da criação de Casas de Parto na cidade.
O Secretário Municipal de Saúde Armando Raggio, presente na audiência pública, afirmou que não só as palestras, mas também os depoimentos serviram de termômetro e espera caminhar junto dos movimentos sociais pelo parto humanizado em Sorocaba, erradicando a violência obstétrica na cidade. Comprometeu-se em estabelecer um diálogo permanente, através de um grupo de trabalho proposto por ativistas para aperfeiçoar o sistema.
(Assessoria de Imprensa – Vereador Izídio de Brito – PT)