Comissão de Vereadores também identificou eventual crime ambiental cometido pela empresa Pepsico, que lança esgoto diretamente no Pirajibu sem tratamento adequado
A ETE Valo de Oxidação do Éden está operando com pouco mais da metade de sua capacidade de aeração, já que três dos oito equipamentos existentes para essa função estão desligados. Além disso, a empresa Pepsico está despejando esgoto diretamente no sistema de recalque da ETE, sem passar pelo Valo, com tratamento deficiente.
Essas foram as principais constatações dos vereadores membros da CPI do Saae, que realizaram, na tarde desta quarta-feira (9), diligência à ETE Valo de Oxidação. Presidida pelo
A aeração é parte mais essencial do tratamento de esgoto do Valo, uma vez que ela oxigena a massa biológica. Para isso, existem quatro aeradores “gaiola” e dois aeradores de superfície, além de dois aeradores submersos. Dois aeradores “gaiola” estão parados, assim como um dos submersos. Com isso, o tratamento do esgoto de sete indústrias que utilizam o Valo, está comprometido. O Saae alega que os equipamentos estão desligados para manutenção.
Além disso, os vereadores constataram que uma oitava empresa, a Pepsico, que tem contrato com o Valo apenas para recalque (bombeamento para o Rio Pirajibu), está lançando o esgoto em níveis inadequados de PH. O PH mínimo permitido em lei é de 6, mas a água despejada computa PH de 5.8. O Saae faz apenas a medição do PH dessa água. De acordo com Reginaldo Schiavi, Diretor de Produção da autarquia, eles não sabem se outros indicadores de qualidade de esgoto estão sendo cumpridos.
Os vereadores coletaram 200 ml de água da lançada diretamente para recalque e despejo no Rio Pirajibú, e constataram que ela está com quantidade excessiva de material orgânico (foto anexa), já que após breve período de decantação, uma grande quantidade dessa matéria se depositou no fundo do recipiente. “Isso demonstra que esse esgoto jamais poderia ser despejado diretamente no Rio, sem outro tratamento”, disse o biólogo Rogério de Campos, assessor de Carlos Leite.
Dívida milionária
Pesa a denúncia de que o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) deixou de arrecadar R$ 35 milhões de reais desde o ano de 2005, quando expirou o contrato de um pool de empresas formado para explorar a ETE Valo de Oxidação do Éden, assinado em 1990 e com validade de 15 anos. O Valo de Oxidação recebe os efluentes industriais de ao menos 9 empresas da Zona Industrial. Do vencimento do contrato até agora, as empresas do pool continuaram a pagar os valores reduzidos.
O
A CPI, que investiga os problemas relativos à falta de investimento em ampliação da rede de abastecimento de água do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), deveria ter realizado, na tarde da terça-feira (8), sua quarta oitiva, quando seria ouvido o ex-engenheiro Wilson Unterkircher Filho (Cuca).
Mas em decorrência do velório do ex-vereador Antônio Carlos Ferreira dos Santos, que ocorria na Câmara Municipal, a oitiva acabou suspensa. Cuca teve sua convocação transferida para o próximo dia 15, também às 14 horas, juntamente com o ex-vice-prefeito José Ailton Ribeiro.
Além do presidente e do relator, Pastor Apolo (PSB), fazem parte da Comissão os vereadores
(Assessoria de Imprensa –