23/05/2014 13h28

 

                                  Conduzida pelo vereador Izídio de Brito (PT), presidente das Comissões Permanente e Parlamentar de Inquérito da Saúde Pública do Legislativo, foi realizada na manhã desta sexta-feira, 23, no plenário da Casa de Leis, uma audiência pública para discutir a construção do primeiro hospital público municipal de Sorocaba.  

 

                                 O parlamentar compôs a mesa principal com o secretário municipal de Saúde, Armando Raggio, a deputada federal Iara Bernardi (PT), o vereador Carlos Leite (PT), e a assistente técnica da secretaria municipal de saúde de São Bernardo do campo, Débora Cristina Bertussi.

 

                                 No início da audiência foi exibido um vídeo com vários trechos da Campanha eleitoral do atual prefeito, Antônio Carlos Pannunzio (PSDB), em que o então candidato afirmou que vai construir um hospital público municipal na Zona Norte da cidade. Também uma reportagem sobre o processo que deu início a campanha por um hospital público municipal na cidade.

 

                                A matéria mostrou a trajetória do projeto de iniciativa popular – apoiada pelo Sindicato dos metalúrgicos -, com mais de 26 mil assinaturas de eleitores sorocabanos e que foi protocolado na Câmara em 15 de maio de 2012. Proposta aprovada pelo Legislativo, que também derrubou o veto do prefeito Pannunzio e sancionou a lei, designando verba orçamentária para a nova unidade de saúde.

 

                               Citou ainda que o chefe do Executivo recorreu à Justiça para barrar a lei do hospital e argumentou que a Prefeitura assumiria a iniciativa de construir o hospital na Zona Norte, por meio de parceria com a iniciativa privada.

 

                               A palestrante convidada, Débora Bertussi, fez um resumo sobre São Bernardo do Campo, localizada numa região serrana, com 765 mil habitantes e que faz parte do grande ABC paulista. Bertussi falou sobre a experiência do município nos últimos cinco anos: “A gente fez um investimento muito intenso na rede de atenção básica; na rede de  urgência e emergência; nas redes de baixas e médias complexidades; desafogando os hospitais, que podem atender melhor aos casos mais difíceis”, explicou.

 

                             A técnica em saúde disse ainda que a partir de 2009 teve início uma ampla reestruturação da rede de saúde do município, que possui: 34 Unidades Básicas de Saúde (UBS); três Centros de Especialidades Odontológicas (CEO); nove Unidades de Pronto Atendimento (UPA); três policlínicas; um CER, serviço em reabilitação física, visualauditiva e intelectual;  nove Centros de Atendimento Psicossocial (CAP) - saúde mental, álcool e drogas (inclusive com atendimento infantil); seis residências terapêuticas - masculinas e femininas; duas repúblicas terapêuticas;  e quatro hospitais com ambulatório.

                          

 

                           Quanto ao Hospital de Clínicas Municipal de São Bernardo do Campo, foi projetado para 293 leitos, sendo 60 para UTI - adulto e infantil; além de contar com 13 salas de cirurgia e capacidade para realizar 1.500 intervenções por mês. “Temos estrutura para 10 mil consultas e 1.500 internações mensais. Quando um paciente tem alta, é acompanhado por um médico da família, ou encaminhado para outras equipes que podem ajudá-lo nos serviço de referência”, afirmou Déboa Bertussi.

 

                           Ela ressaltou a importância de uma rede articulada, para que o usuário tenha acesso ao serviço que precisa, no lugar certo, reduzindo a ‘peregrinação’ pelo SUS. “A nossa unidade está além dos padrões conhecidos no país, com uma lógica de auto-sustentabilidade, menos gasto de energia, equipamentos de ponta. Outra vantagem é que o usuário tem direito a  acompanhamento, independente de estar na UTI ou enfermaria, de ser  idoso ou criança, relatou.

                           

                           Na opinião da deputada federal Iara Bernardi (PT), a audiência pública foi realizada num momento muito oportuno. “Vamos ajudar também em Brasília, para que Sorocaba tenha um hospital público municipal. Este final de semana estarei com o Ministro da Saúde, Arthur Chioro, e iremos conversar sobre o assunto”, informou a parlamentar.                                       

 

                          O vereador Carlos Leite disse que a audiência serviu para que, através do exemplo de um outro município, Sorocaba possa encontrar o caminho para amenizar problema que a  cidade vem enfrentando. “Essa cobrança é prerrogativa do Legislativo. O vereador Izídio está de parabéns pela iniciativa e pela persistência”, disse.

 

                         O Secretário da Saúde de Sorocaba explanou sobre a estrutura atual do município, citou conquistas e deficiências. “Em São Bernardo do Campo foram necessários cinco anos para tornar o hospital público municipal uma realidade, em Sorocaba a atual gestão tem apenas um ano e meio de trabalho”, justificou, afirmando que as diretrizes adotadas pelo município do ABC são as mesmas que se pretende utilizar em Sorocaba “Queremos ser também uma cidade de referencia na saúde, ainda mais agora que temos uma região metropolitana”, concluiu.