Adhemar Spinelli Jr. foi ouvido pelos membros da comissão, presidida pelo vereador Carlos Leite (PT)
O diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Adhemar Spinelli Jr., foi ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a crise no abastecimento de água no município, a CPI do Saae, em oitiva realizada nesta sexta-feira, 11, no plenário da Câmara Municipal de Sorocaba. No início dos trabalhos, o vereador Carlos Leite (PT), que preside a CPI, exibiu um vídeo mostrando diversos problemas do sistema de água e esgoto do município.
A pedido do presidente da CPI, Spinelli Jr. começou fazendo um balanço de seus cinco meses de gestão e disse que não houve mudança significativa no planejamento da autarquia desde 2013, quando teve início a gestão do prefeito Antonio Carlos Pannunzio e Wilson Unterkircher Filho, o Cuca, assumiu o comando da autarquia.
O diretor geral disse que a substituição das bombas já foi concluída, com melhoria significativa na área abastecida pela Estação de Tratamento do Cerrado; também foi concluída a adutora que vai para a Zona Norte e está na fase de interligação na estação do Cerrado. “Nossa expectativa é que, no próximo verão, essa adutora esteja em pleno funcionamento, melhorando o abastecimento de água para a região norte”, afirmou.
Ligações de água – O diretor-geral disse que, na área administrativa, foram adquiridos veículos pequenos, com dois funcionários, para o trabalho de manutenção da rede, conforme lei aprovada na Câmara Municipal. Também discorreu sobre avanços no processo de individualização dos hidrômetros nos condomínios, que apresentam uma inadimplência alta, e citou a audiência pública realizada pelo vereador Izídio de Brito (PT), no ano passado, que teve como objetivo agilizar esse processo. Também explicou que essa individualização, em muitos casos, apresenta algumas questões técnicas que precisam ser resolvidas.
Sobre o vazamento no reservatório da Vila Barão, mostrado no vídeo, o diretor-geral afirmou que o Saae contratou uma empresa que fez um diagnóstico do vazamento e a licitação para contratar a empresa para corrigir esse problema já está em fase de conclusão. Quanto aos 42 mil hidrômetros que estariam em estoque no Saae, Spinelli Jr. explicou que esse número, na verdade, é de 12 mil kits, que engloba os hidrômetros e demais equipamentos básicos que o acompanham. Observou ainda que o material estocado no centro operacional é um novo modelo de ligação de água, que irá substituir os atuais cavaletes em aço galvanizado por tubo flexível, em que haverá menos vazamentos. Esse novo padrão será adotado nas ligações novas. “Nossa expectativa é que, a cada ano, seja feita a troca de 30 mil hidrômetros, para que, em sete anos, não tenhamos hidrômetros antigos fazendo medições incorretas, para mais ou para menos”, afirmou.
O diretor geral do Saae também respondeu indagações sobre o ressarcimento aos usuários dos valores cobrados a mais nas contas de água e esgoto, devolução esta que, segundo ele, deve começar em janeiro de 2015. Também respondeu indagações sobre o Valo de Oxidação, o processo judicial que envolve esse tema e o acordo feito com a empresa Pepsco, que está investindo na estação. Também confirmou que a autarquia, provocada pela CPI e por uma reportagem do jornal Cruzeiro do Sul, adotou uma nova metodologia de cálculo do tratamento de esgoto na cidade, que resultou nos seguintes valores estimados: 96% é a capacidade de tratamento e 89% é o esgoto efetivamente tratado, sempre em valores estimados.
Munícipes enviaram perguntas à CPI e um deles indagou se o Saae está cumprindo a Lei 10.862, de 6 de junho de 2014, de autoria do vereador Marinho Marte (PPS), que institui a tarifa social de água e esgoto no município, com desconto de 50% para famílias com renda mensal até dois salários mínimos e que morem em imóveis exclusivamente residenciais com área construída não superior a 60 metros quadrados. Spinelli Jr. disse que o Saae está cadastrando os munícipes para fazer o levantamento socioeconômico das famílias que se candidatam ao benefício, o que, segundo ele, é um trabalho demorado, que exige uma grande equipe, uma vez que é preciso visitar os imóveis. Também defendeu um estudo da capacidade financeira do Saae para arcar com o benefício.
No final dos trabalhos, o vereador Pastor Apolo, relator da CPI, considerou muito produtiva a oitiva do diretor geral do Saae e agradeceu os munícipes que estão participando ativamente dos trabalhos da CPI por meio de perguntas enviadas aos vereadores. Por sua vez, o vereador Carlos Leite lembrou que serão encaminhadas outras perguntas dos demais vereadores ao diretor do Saae. Presidida pelo vereador Carlos Leite (PT) e tendo como relator o vereador Pastor Apolo (PSB), a CPI do Saae é formada pelos vereadores Francisco França (PT), Izídio de Brito (PT), Marinho Marte (PPS), José Crespo (DEM) e Tonão Silvano (SDD).