06/08/2014 16h35
 

Marinho Marte (PPS) lembra que esses médicos já ganham R$ 10 mil e, no caso dos cubanos, mais de dois terços desse valor vai para o governo de Cuba

 

O vereador Marinho Marte (PPS) votou contra o projeto de lei do Executivo, aprovado na sessão ordinária de terça-feira, 5, que cria bolsas de complemento de salário para os médicos estrangeiros do Programa Mais Médicos. As bolsas serão pagas pela Prefeitura de Sorocaba e totalizam R$ 3.138,60, divididos da seguinte forma: R$ 2.500,00 (auxílio-moradia), R$ 500,00 (auxílio-alimentação) e R$ 138,60 (auxílio-transporte).

 

“Os médicos estrangeiros que participam do Programa Mais Médicos já recebem um salário de R$ 10 mil, mais do que os médicos sorocabanos. Qual o sentido de conceder bolsas salariais que chegam a quase um terço desse valor? Esse dinheiro poderia ser melhor investido nos nossos profissionais de saúde”, questiona Marinho Marte.

 

O vereador observa, ainda, que o Programa Mais Médicos vem sendo contestado não apenas pelas entidades médicas, como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB), mas também pelo próprio Ministério Público do Trabalho, que questiona, sobretudo, o modo de contratação dos médicos cubanos, que constituem a maioria dos médicos estrangeiros do programa.

 

“No caso dos médicos cubanos, segundo informações do próprio Ministério da Saúde veiculadas pela imprensa, eles recebem apenas R$ 2.900,00 dos R$ 10 mil que o governo brasileiro gasta com cada médico contratado. O governo de Cuba é que fica com a diferença de cerca de R$ 7 mil. Ou seja, com o pagamento dessa bolsa, a Prefeitura de Sorocaba vai tirar dinheiro dos sorocabanos para financiar o governo de Cuba”, critica Marinho Marte.

 

Para o vereador, há, de fato, necessidade de mais médicos na cidade, especialmente nos postos de saúde dos bairros mais distantes. “Mas o gasto que a Prefeitura vai ter com o programa não pode ser maior do que o investimento na saúde e nos recursos humanos do próprio município, como está ocorrendo”, enfatiza Marinho Marte.