O vereador Carlos Leite
(PT) protocolou projeto de lei que proíbe a lavagem de calçadas, vias públicas
e automóveis com água tratada canalizada. A medida visa impedir o desperdício
de recursos hídricos. A limpeza de calçadas e vias públicas somente deverá ser
feita através de varredura e recolhimento de detritos ou através da utilização
de baldes, panos molhados ou escovão.
O projeto de lei também
determina que as mangueiras utilizadas para a lavagem de quintais, molhagem de
plantas e jardins, e lavagem de automóveis, deverão portar, obrigatoriamente,
bico de controle de fluxo de água. Quem descumprir a lei, caso aprovada pela
Câmara de Vereadores e sancionada pelo prefeito, poderá pagar multa de 20
“Unidades Fiscais do Município”, valor que dobrará em caso de reincidência.
A expectativa, segundo o
parlamentar, é de que, dentro de alguns anos, a parcela de munícipes que
desperdiça água tenha absorvido a utilização racional de recursos hídricos como
uma cultura, e que nenhuma multa seja mais aplicada por desperdício. “Temos
alternativas para deixar a rua, a calçada e o carro limpos sem precisar
desperdiçar água tratada. Basta varrer com vassoura a sujeira, e não com jatos
de água, e lavar o carro com panos e baldes, ao invés de usar o esguicho
torrencialmente”, afirma.
De acordo com o
parlamentar, a medida é mais educativa do que punitiva. “Temos várias
manifestações de cientistas que propagam a possibilidade de escassez de água de
forma crônica dentro de alguns anos. Apesar disso, muita gente continua
desperdiçando água, com a lavagem de calçadas, ruas e automóveis. Pessoas
conscientes estão cobrando que tomemos alguma medida, e essa lei é a medida que
propomos no momento”, justifica Carlos Leite.
O vereador já é autor de
outro projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores, que visa estimular o
uso racional da água. Mas a aplicação de multas se restringe, naquele texto, às
ocasiões em que o município decretar estado de alerta por falta de água. “Mas o
uso racional deve ocorrer sempre, por isso, estamos apresentando essa outra
proposta, em complementação àquela”, diz o vereador.
Sorocaba passa hoje por uma
situação crítica em relação à água. A represa de Itupararanga abastece a ETA do
Cerrado que, por sua vez, abastece cerca de 80% da população sorocabana. “Se
hoje essas pessoas não sofrem a falta de água, essa escassez é iminente e
deverá ocorrer nos próximos meses, se a estiagem perdurar. Seja de qual forma
for, dentro de alguns anos, faltará água para a referida ETA”, escreve Carlos
Leite na justificativa de seu projeto.
Assessoria de Imprensa – vereador Carlos Leite (PT)