18/08/2014 17h04
 

A polêmica em torno dos terrenos baldios em Sorocaba será reacendida na sessão desta terça-feira, 19, quando retorna à pauta do Legislativo o projeto de lei do vereador Carlos Leite (PT) que impõe que a Prefeitura efetue, de imediato, a limpeza de terrenos tomados por mato ou entulho, sem necessidade de intimação ou multa, quando a área representar riscos à saúde ou à segurança dos vizinhos. Posteriormente, o valor da limpeza deverá ser cobrado do proprietário.

 

Segundo dados da Prefeitura, foram arrecadados com multas sobre proprietários de terrenos baldios cheios de mato e entulho, no ano de 2010, quase R$ 40 mil reais; em 2011, foram quase R$ 45 mil. Já nos anos de 2012 e 2013, o valor mais do que triplicou, somando respectivamente R$ 158 mil e R$ 136 mil. Até junho de 2014, a somatória de recursos arrecadados com multas chegou a R$ 123 mil reais. Segunda a própria Prefeitura, os valores arrecadados com essas multas podem ser empregados para quaisquer despesas do município.

 

“Vemos esses valores altos que poderiam ser aplicados na limpeza de terrenos abandonados, por parte da própria Prefeitura, com a cobrança posterior dos proprietários. Ou seja, a Prefeitura usaria os valores arrecadados com as multas sobre terrenos baldios para limpar efetivamente aqueles terrenos que representem riscos à saúde e segurança da comunidade, com a posterior cobrança dos proprietários. Seria a penalidade se revertendo em capital e posteriormente em serviço direto à comunidade”, afirma o vereador.

 

Hoje, para que a Prefeitura possa limpar o terreno (o que lhe é facultado, e não imposto), ela deve intimar o proprietário, posteriormente lavrar a multa e, caso a limpeza não seja realizada pelo dono do imóvel, então efetuar a limpeza. Mas a lei atual não estabelece prazos para que todo esse percurso seja cumprido, podendo demorar meses.

 

Durante sua primeira discussão, houve uma polêmica sobre o conteúdo do projeto. Para o líder do governo na Câmara, o disposto no projeto de Carlos Leite já estava previsto na lei que estava sendo alterada. Leite apresentará um parecer jurídico da Câmara que demonstra que seu projeto é original e insere na atual lei um dispositivo que hoje não existe.

 

O parlamentar petista denunciou o excesso de terrenos abandonados da cidade ao Ministério Público, e aguarda manifestação do órgão sobre a instauração de inquérito civil para investigar a situação.

 

Projeto dos estacionamentos – Também entra em pauta amanhã outro projeto de Carlos Leite, que assegura ao menos 30% de área permeável nos estacionamentos comerciais do município. O projeto foi vetado pelo Prefeito Pannunzio, alegando inconstitucionalidade. O parlamentar irá pedir a derrubada do veto e apresentará parecer jurídico da consultoria da Câmara demonstrando que as argumentações de Pannunzio não são fundamentadas.

 

O projeto de Carlos Leite visa a melhorar o sistema de drenagem das águas das chuvas, contribuindo com o sistema de escoamento urbano. O projeto de lei foi aprovado por unanimidade pelos vereadores, e prevê a utilização de pavimento drenante asfáltico e do concreto intertravado drenante, este último composto por blocos de concreto poroso. O uso do pavimento permeável facilita a absorção da água, fazendo com que chegue ao lençol freático com mais facilidade.

 

Em sua justificativa de veto, Pannunzio diz que o texto não deixa claro alguns aspectos práticos do projeto, dentre eles onde seria aplicada a cota de 30% de permeabilidade. O prefeito ficou confuso se deveria entender o subsolo e eventuais pisos superiores como “solo”.

 

Pannunzio não disse em sua justificativa de veto "solo inferior", mas sim subsolo, nem "solo superior", mas sim piso superior. “A dúvida não se justifica, solo é solo”, diz Carlos Leite. O relator do projeto na Comissão de Justiça, vereador Marinho Marte (PPS) foi contrário ao veto em seu parecer.

 

Comenda de Direitos Humanos - Um terceiro projeto de Carlos Leite está na pauta desta terça-feira (19). É o que altera a concessão da Comenda “Alexandre Vannucchi Leme de Direitos Humanos e Defesa da Liberdade e da Democracia”, que foi instituída no âmbito do legislativo pelo próprio vereador Leite.

 

Ele pede que seja suprimida a exigência de ser cidadão sorocabano para receber a comenda, o que abrirá o leque de homenageados que merecem a honraria, mas não são nascidos em Sorocaba, embora tenham forte luta em prol da democracia e dos direitos humanos na cidade.

 

Assessoria de Imprensa – vereador Carlos Leite (PT)