Câmara cria CPI para investigar a situação do Hospital Evangélico de Sorocaba

O fim do convênio entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Evangélico, que resultará na perda de 36 leitos de internação e cirurgia a partir do dia 28 deste mês, motivou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação financeira da entidade. A decisão surgiu depois que membros da Associação Evangélica Beneficente de Sorocaba (AEBS), cogestora do Hospital Evangélico, procuraram a Câmara no dia 4 de novembro para prestar declarações sobre a unidade.

Segundo eles, a iniciativa de encerrar o convênio da contratualização com a Prefeitura, deixando de atender pacientes do SUS, foi da Associação Evangélica Beneficente, com sede em São Paulo – segunda parte na gestão do hospital. O presidente da AEBS, Luís Cláudio Zanzarini, declarou que a associação que representa se opõe a essa intenção. “Nós queremos que o hospital seja filantrópico, que atenda à população”. Zanzarini alegou possuir indícios de irregularidades na gestão – inclusive com dívida acumulada de R$ 4 milhões – através de documentos e resultados de auditorias, cujo conteúdo chegou a apresentar aos parlamentares.

“Em face dos recursos públicos envolvidos na manutenção do Hospital Evangélico, torna-se imprescindível que esta Casa de Leis, valendo-se de seu papel fiscalizador da administração pública, apure as denúncias de má gestão desses recursos, que, inclusive, comprometem o atendimento médico justamente para as camadas mais desfavorecidas da população”, diz Marinho Marte (PPS).

Marinho, que já havia protocolado requerimento para saber de que forma a Secretaria Municipal de Saúde pretende substituir os leitos de internação e cirurgia que deixarão de atender ao SUS com o fim do convênio, e também solicitou cópia de auditorias que foram realizadas no hospital, é o presidente da CPI do Hospital Evangélico. O relator dos trabalhos é o vereador José Crespo (DEM). Os outros membros da CPI são: Anselmo Neto (PP), Fernando Dini (PMDB), Carlos Leite (PT), Francisco França (PT), Izídio de Brito (PT), Jessé Loures (PV), Pastor Apolo (PSB), Luis Santos (Pros), Rodrigo Manga (PP), Waldecir Morelly (PRP), Wandeley Diogo (PRP) e Waldomiro de Freitas (PSD).