Foi realizada na Câmara de Sorocaba na tarde desta terça-feira,
Presidente da CPI da Merenda,
Relatórios – Os vereadores da Comissão Permanente de Educação, Juventude e Pessoa Idosa realizaram a leitura em plenário dos relatórios sobre visitas realizadas a três escolas de Sorocaba.
Fernando Dini declarou que no CEI 78 (Centro de Educação Infantil), Ettore Marangoni, na Vila Sabiá, após conversar com as merendeiras, constatou que o abastecimento e a estrutura são deficitários. “Segundo os funcionários, os produtos estão chegando, mas não vêm na quantidade suficiente. Às vezes falta a merenda programada para o dia, o que obriga as merendeiras a viverem de improviso com o que tem”. Segundo o vereador, estavam sem funcionamento a máquina de lavar pratos e uma das duas geladeiras disponíveis. Também faltavam talheres e utensílios de cozinha para preparo da merenda.
Fernando Dini contou que a Comissão de Educação enviou esses relatórios ao Conselho Tutelar, que respondeu dizendo que não haviam recebido até o momento nenhuma denúncia, mas oficiariam a Secretaria de Educação para saber quais providências serão tomadas. O vereador disse que também a Promotoria da Infância e Juventude recebeu os relatórios, mas não respondeu.
Em seguida, Fernando Dini fez a ressalva de que apesar das irregularidades, em nenhuma das diligências foram encontrados produtos vencidos. “Os produtos que estavam ali eram de qualidade. Isso foi um ponto positivo em nossas visitas.”
Conclusões – Comentando os relatórios,
Luis Santos ressaltou que o trabalho dos vereadores é limitado, pois a eles cabe acompanhar e denunciar irregularidades. Segundo ele, entretanto, a resolução dos problemas vai depender da continuidade do trabalho. “Esbarramos nessa dificuldade de encaminhar à promotoria e outras instâncias e todo esse trabalho sofer por conta da morosidade ou da má-vontade daqueles que deveriam dar continuidade a esse trabalho”.
Já o vereador Izídio de Brito destacou o problema do modelo de prestação de serviço e contrato firmado pela Prefeitura com a empresa terceirizada. “Se continuar com o mesmo modelo de contrato, daqui a 10 anos os vereadores que estiverem aqui vão enfrentar o mesmo problema. Esse modelo viciado acaba deixando como está. Desde 1997, 98 temos esses problemas.”
Wanderley Diogo reclamou da falta de ação do sindicato da categoria. “O que me estranha muito, porque tenho uma filha que é merendeira, é a questão do sindicato. Porque só agora estou vendo o sindicato aqui, ele não se manifesta. A minha indignação é que o sindicato da categoria só participa na hora que está pegando fogo. Gostaria que a CPI convocasse também a presidência do sindicato”, pediu o vereador. O presidente da comissão,
Ao final da audiência, munícipes prestaram declarações e questionaram os vereadores. Entre eles, o professor Marcelo Kobayashi, da escola estadual Francisco Eufrásio Monteiro, contou que, devido a denúncias na CPI de que docentes também comiam os alimentos das crianças, a direção da escola os impediu de consumirem a merenda. “Eu mesmo fazia isso, mas deixei de fazer. Mas todos os dias são jogados no lixo toneladas de comida, e os professores não podem comer na escola. Mas jogar no lixo pode? Não temos hora de almoço. Fico o dia inteiro na escola, só tomando água e nem cafezinho às vezes não temos”, contou Kobayashi, que afirmou que os professores recorriam à merenda porque o valor de seus vales-refeição seriam muito baixos e insuficientes.
Calendário – A CPI da Merenda Escolar, em sua primeira fase, seguirá até o recesso parlamentar,
No dia 25 de novembro, a audiência será realizada no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime (Gaeco) de Sorocaba, para receber informações apuradas pelos promotores em dois processos sobre o assunto. No dia 2 de dezembro serão ouvidos o secretário municipal de Administração, Roberto Juliano, e novamente os dois depoentes da primeira oitiva: Eilovir Brito e Elias Magurno. Finalmente, no dia 9, prestará depoimento o diretor da empresa ERJ, que detém atualmente o contrato com a Prefeitura para fornecimento da merenda escolar.