Foram retirados de pauta projeto de lei que altera dispositivos sobre subvenções a entidades sem fins lucrativos e moção de protesto contra a empresa Sorocaba Refrescos
Foi aprovado nas sessões extraordinárias desta quinta-feira, 12, convocadas pelo presidente da Câmara, vereador Gervino Cláudio Gonçalves (PR), o Cláudio Sorocaba I, o Projeto de Lei nº 49/2015, que regulamenta a Lei de Incentivo à Cultura (Linc) e revoga expressamente a Lei 10.709, de 8 de janeiro de 2014. Na exposição de motivos do projeto de lei, o Executivo alegou que não houve mudanças profundas na lei do ponto de vista de escolha de projetos e definição de verbas, mas, como foram feitas alterações substanciais do ponto de vista metodológico, optou-se por uma nova lei, revogando a anterior.
Entre as alterações propostas, destaca-se a do artigo 8º, estabelecendo que cada proponente, pessoa física ou jurídica, poderá apresentar apenas um projeto cultural para análise e não mais cinco projetos. Também foram remodeladas as sanções previstas na lei, conforme instruções do Tribunal de Contas do Estado para a celebração de convênios. A Lei de Incentivo à Cultura contempla projetos culturais nas áreas de artes cênicas, artes visuais, cinema e vídeo, letras (literatura de ficção e de não ficção), música, formação cultural, patrimônio histórico e cultural e festivais artísticos e culturais.
Mesmo votando pela aprovação do projeto, o
José Francisco Martinez (PSDB) explicou que os termos da lei foram discutidos em audiência pública e que a diretoria da comissão sempre é encargo do secretário de Cultura
Subvenções a entidades – Foi retirado de pauta o Projeto de Lei nº 37/2015, de autoria do Executivo, que altera dispositivos da Lei nº 11.035, de 22 de dezembro de 2014, que concede subvenção a diversas entidades sem fins lucrativos do município, que desenvolvem trabalho social com populações vulneráveis.
Na matéria encaminhada pela Prefeitura deveriam constar apenas quatro entidades que se adequaram às exigências legais e seriam contempladas com repasses de recursos mensais, mediante convênio com o Executivo. O projeto, no entanto, listava inúmeras entidades que já são beneficiadas, o que motivou sua retirada.
Durante a discussão do projeto o vereador
Crespo contou que o prefeito Antonio Carlos Pannunzio ordenou a mudança de local da casa de acolhimento, que não foi cumprida. O vereador mostrou que inclusive uma reportagem em jornal noticiou a medida que deveria ter sido tomada e ressaltou que venceu nesta quarta-feira, 11, o prazo para fechamento da unidade. “A vice-prefeita Edith Di Giorgi ficou indignada porque mantém uma relação estranha, espúria, com a presidente da ONG, Raquel Barros”, denunciou Crespo. “O prefeito deu uma ordem, estampada pelo jornal, e a vice não cumpriu”.
O
Marinho informou que em respeito à autoridade de Pannunzio irá formalizar a criação de uma CPI para investigar a ONG Lua Nova. “É hora de passarmos a limpo essa situação das entidades que recebem subvenção”, concluiu.
Em meio à discussão, o líder do Governo na Câmara, José Francisco Martinez, disse que conversou com o secretário de Governo, João Leandro, e pediu a retirada do projeto de pauta. Os vereadores Carlos Leite (PT) e Luis Santos (Pros) criticaram a forma como foi encaminhado o projeto pela Prefeitura e argumentaram que sua retirada prejudicaria as quatro entidades que deveriam ser beneficiadas. A retirada de pauta foi aprovada, com voto contrário do vereador Luis Santos.
Moção de protesto – Também foi retirada de pauta a Moção nº 02/2015, de autoria do vereador Francisco França (PT), em protesto contra a empresa Sorocaba Refrescos S.A./Coca-Cola “pela demissão arbitrária de 217 trabalhadores que atuavam no setor de distribuição dos produtos”.
O vereador José Francisco Martinez argumentou que a manifestação da Câmara nesse momento poderia prejudicar os trabalhadores, pois ainda há em andamento uma negociação em torno da questão.
Diante disso, o presidente Cláudio Sorocaba I propôs ao autor a retirada da moção de pauta, com o compromisso de, se necessário, incluí-la na pauta da sessão ordinária da próxima terça-feira, 17, o que foi aceito por Francisco França.