Por iniciativa do vereador Izídio de Brito (PT), a Câmara Municipal realizou na manhã desta sexta-feira, 13, audiência pública para lembrar
Presidida pelo vereador Izídio, a audiência reuniu especialistas e pacientes, com palestras do diretor geral do Instituto de Hemodiálise de Sorocaba (IHL), Jaelson Guilhen Gomes, e do presidente da Associação de Doadores e Transpalantados Renais (Transdoreso), José Renato de Proença. Assim como ocorreu no ano passado, será elaborado um relatório contendo as propostas debatidas nesta manhã, com sugestões e pontos a serem melhorados no atendimento dos pacientes.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, mais de 100 mil pessoas fazem diálise no Brasil, mas estima-se que 20 milhões dos brasileiros tenham algum grau de Doença Renal Crônica (DRC). Em números gerais, 10% da população mundial têm DRC, porcentagem que sobe para a metade da população mundial se considerarmos os idosos acima de 75 anos. Entre os complicadores, a incidência da doença é maior em pessoas de mais idade, sendo que 31% dos pacientes estão com mais de 65 anos, além dos problemas de hipertensão (35%) e diabetes (30%) serem consideradas as principais causas em adultos.
O diretor geral do IHL apresentou os dados nacionais e mundiais, falou sobre o tratamento, e destacou a importância do diagnóstico precoce e dos pacientes, principalmente os do grupo de risco, incluindo diabéticos e hipertensos, cobrarem de seus médicos o exame que mede o nível de microalbuminúria, lembrando que depois dos 40 anos, o indivíduo perde em média 1% ao ano da função renal. O médico também falou sobre a crise da diálise no Brasil, destacando que há uma defasagem na remuneração da sessão de hemodiálise pelo SUS e consequente fechamento de unidades, que estão em queda, mesmo com o aumento de pacientes.
Também apresentou alguns números, a representante da Diretoria Regional de Saúde, Adriana Ribeiro. Na região de Sorocaba a DRS contabiliza 20 municípios, com sete unidades de serviços, sendo cinco sob comando do Estado e dois municipais, totalizando 1038 pacientes em hemodiálise. Outros 17 pacientes são atendidos fora da região e aguardam transferência.
Atendimento no Município: Fernando Russo, da Secretaria Municipal de Saúde, destacou a necessidade de mudança dos hábitos e comportamento relativos à prevenção. Sobre os números de pacientes com doença renal disse que apontam que possa estar havendo subdiagnósticos, principalmente se considerados os pacientes com hipertensão e diabéticos. Segundo ele, em Sorocaba 24 pacientes aguardam hemodiálise na Rede Municipal de Saúde. Também destacou que houve avanços, mas que os financiamentos ainda não acompanham os custos e a evolução tecnológica. Afirmou ainda que houve aumento nos atendimentos do programa Saúde da Família e que os transplantes foram retomados no Hospital Santa Lucinda.
Sobre o convênio da prefeitura com a Transdoreso, o presidente José Renato de Proença afirmou que a houve a suspensão da subvenção do custeio mensal de 5,4 mil reais, para atender 40 usuários, devida a reclassificação da entidade. Proença disse que o recurso, apesar de escasso, pois são atendidos mais de 300 pacientes em hemodiálise, não deveria ter sido suspenso enquanto acontece a adequação às regras do novo convênio.
Questionado pelo vereador Izídio sobre a qualidade do atendimento dos pacientes, o diretor do IHL afirmou que o valor que o SUS remunera é insuficiente para cobrir os custos e o atendimento aos pacientes é crítico em todo o país. A defasagem na diálise na Santa Casa de Sorocaba, por exemplo, é coberta pelo município, como frisou. Também informou que os valores pagos pelos convênios é o dobro do SUS o que ajuda todo o sistema, mesmo assim muitos pacientes que não tem plano de saúde passam por muita dificuldade para buscar seu tratamento, muitas vezes fora do município.
O parlamentar também perguntou ao médico qual a dificuldade para que se aumente a quantidade de órgãos doados. Para o Dr. Jaelson o principal entrave é a falta de informação e para isso é preciso um trabalho de conscientização. O diretor disse ainda que campanhas feitas pela mídia sempre auxiliam no aumento de doadores. Outra dificuldade relatada é que para possibilitar o transplante de um doador falecido é preciso estrutura e que este esteja em UTI, sendo que o país tem poucos leitos, dificultando o processo.