17/04/2015 11h52

Na audiência realizada por iniciativa do vereador Izídio de Brito (PT), os servidores estaduais cobraram a participação financeira do Estado na manutenção do instituto de saúde

 

A falta de atendimento médico para os 25 mil servidores estaduais em Sorocaba, usuários do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), foi objeto de audiência pública na Câmara Municipal de Sorocaba, realizada na noite de quinta-feira, 16, por iniciativa do vereador Izídio de Brito Correia (PT). Com a participação de Wagner Magosso, representando o superintendente do Iamspe, Latif Abrão Júnior, a audiência pública lotou o plenário e a galeria da Casa, com a participação de representantes das várias categorias de servidores estaduais, totalizando 186 servidores.

 

Além de Izídio de Brito e do representante do Iamspe, também compuseram a mesa dos trabalhos a presidente da Comissão Regional do Iamspe em Sorocaba, Lisabete Neves, que representa cerca de 126 mil pessoas que dependem do instituto; Sylvio Micelli, presidente da Comissão Mista do Iamspe; Luis Danone, coordenador do Interior da Comissão Mista do Iamspe; Zeneide Milan, diretora técnica de Saúde do Ceama; Hugo Batalha, representando o deputado estadual Raul Marcelo (PSOL), e Oliver Delgado, representando o deputado estadual Carlos Cezar (PSB).

 

“Com a requisição da Santa Casa pela Prefeitura Municipal, os associados do Iamspe ficaram sem atendimento em Sorocaba. O Iamspe chegou a fazer convênio com o Mediplan Saúde, do Hospital Samaritano, mas esse convênio durou apenas 45 dias. Agora, o representante do Iamspe, durante a audiência pública, afirmou que, dentro de 40 ou 50 dias será firmado convênio com três hospitais, entre eles o Evangélico, para atender os associados de Sorocaba e região”, explica Izídio de Brito, lembrando que essa é a reivindicação mais imediata dos servidores.

 

“Insensibilidade do Estado” – A pauta de reivindicação dos servidores do Estado não se limita a restaurar o atendimento médico em Sorocaba e região. Eles também cobram do governo do Estado que entre com a contrapartida patronal para sustentação do Iamspe. “Toda empresa, estatal ou privada, costuma entrar com uma contrapartida para bancar o plano de saúde de seus funcionários. Mas o governo do Estado tem-se mostrado completamente insensível em relação aos servidores estaduais e se recusa a entrar com a contrapartida que lhe cabe para bancar o Iamspe”, afirma Izídio de Brito.

 

Citando dados apresentados na audiência pública, o vereador observa que o Iamspe, só com a contribuição dos servidores arrecada cerca de R$ 650 milhões. “Se o governo do Estado desse uma contrapartida na mesma proporção, esse montante duplicaria e os servidores acreditam que haveria um grande salto de qualidade no atendimento”, afirma Izídio de Brito. “E essa contrapartida não iria pesar nos cofres do Estado, pois ela representa somente cerca de 0,38% da receita do Estado de São Paulo, estimada neste ano de 2015 em R$ 204 bilhões”, acrescenta o vereador.

 

Na audiência pública, os servidores do Estado também reivindicaram a implantação de uma rede de atendimento em cidades-polos, inclusive para a realização de exames. “Em Sorocaba, por exemplo, com o fim do atendimento na Santa Casa, os exames também deixaram de ser feitos aqui e os servidores do Estado têm de recorrer a laboratórios de São Paulo. Tudo está praticamente centralizado lá, causando sérios transtornos para os servidores sorocabanos que dependem do Iamspe”, afirma Izídio de Brito. O vereador acrescenta que os servidores reivindicam até a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa para apurar o corte de repasses ao instituto por parte do governo do Estado.