O vereador Carlos Leite (PT) está cobrando a presença de intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) nos Centros de Formação de Condutores de Sorocaba, sempre que houver um aluno surdo presente. A medida atende à reivindicação de dezenas de pessoas que não conseguem obter suas habilitações de motoristas, embora, em muitos casos, até já saibam dirigir. Isso porque, explicam os surdos, eles têm dificuldades em entender a parte teórica do curso, uma vez que ela não é passada em uma linguagem acessível a eles.
Leite protocolou requerimento cobrando medidas do Poder Público. A Prefeitura informou que não cabe a ela agir no sentido de garantir o atendimento desse público, porque se trata de competência estadual. Um ofício foi encaminhado ao DETRAN com as reivindicações de Leite e das pessoas engajadas na causa das aulas em Libras, para que o órgão também se manifeste sobre a possibilidade de incentivar a contratação, por parte das autoescolas, de intérpretes sempre que houver um aluno surdo matriculado. O parlamentar aguarda, no momento, um posicionamento do órgão estadual de trânsito.
Projeto de Lei - No mesmo sentido de garantir o atendimento aos surdos, Carlos Leite protocolou projeto de lei que aguarda parecer das Comissões da Câmara Municipal, exigindo a presença de um intérprete de Libras nos Centros de Formação de Condutores sempre que houver um surdo nas aulas teóricas.
Há alguns meses, um grupo de estudantes surdos organizou um protesto na internet, por meio das redes sociais, para chamar a atenção dos legisladores para o problema. "E é justamente atendendo a esse público que nós protocolamos esse projeto. Fomos procurados por várias pessoas, inclusive por um instrutor de trânsito que é intérprete de libras, que nos relataram o problema que os surdos enfrentam para conseguir suas habilitações. E essa é a nossa forma de contribuir de imediato com eles", afirmou o vereador Carlos Leite.
O projeto não obriga os Centros de Formação de Condutores a terem os intérpretes de libras em tempo integral, mas apenas durante o período em que um surdo estiver estudando. "Isso faz com que um mesmo intérprete possa trabalhar em várias escolas, o que garante a mão de obra no mercado para essa finalidade, ao mesmo tempo em que não aumenta os custos das autoescolas de forma considerável", defende Leite. Além disso, o projeto proíbe a cobrança de valores adicionais dos estudantes surdos.
Assessoria de imprensa – vereador Carlos Leite (PT)