Com mais de 60 páginas, relatório foi entregue ao presidente da Câmara durante a sessão desta quinta-feira, 21.
O relatório final da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada em agosto de 2013 para apurar os
motivos das deficiências nos serviços de saúde do Município foi entregue
oficialmente hoje durante a 29ª sessão ordinária da Câmara. A CPI da
Saúde passou por quatro etapas desde sua criação, sempre presidida pelo
vereador Izídio de Brito (PT).
Produzido pelo
relator, vereador Marinho Marte (PPS), o relatório contendo mais 60 páginas foi
entregue ao presidente da Câmara, Gervino Cláudio Gonçalves, Cláudio do
Sorocaba I (PR). Também são membros da comissão os vereadores Anselmo Neto
(PP), Francisco Carlos da Silveira Leite (PT), Francisco França da Silva (PT),
Irineu Toledo (PRB), José Crespo (DEM), Luis Santos (Pros) e Helio Aparecido de
Godoy (PSD).
O relatório descreve
os trabalhos desenvolvidos pela CPI, as irregularidades encontradas, as
propostas elaboradas e a conclusões finais que apontaram má gestão. “O que se
confirmou com a conclusão dos trabalhos é que o problema em Sorocaba para
oferecer serviço digno na área de saúde não está na destinação de recursos, mas
sim na sua má gestão. Na ausência de fiscalização, na irresponsabilidade do
gestor em liberar recursos sem o acompanhamento e avaliação dos resultados”,
aponta o relatório.
O presidente Izídio
de Brito fez um breve histórico dos trabalhos da CPI criada inicialmente em
agosto de 2013 e encerrada em fevereiro deste ano. O presidente afirmou que o
relatório diz que a cidade tem deficiência na atenção primária, de média e alta
complexidade, não tem articulação com a DRS (Departamento Regional de Saúde) e
que é muito dependente de prestação de serviço. Também constata a falta de
leitos e a necessidade de reestruturação dos serviços prestados no SUS
incluindo seus equipamentos como tomografia e o tratamento de câncer, cabeça e
pescoço. Izídio ressaltou ainda a falta informatização de toda a rede de saúde.
“Os argumentos e dificuldades dos ex-secretários e atual secretário de Saúde são os mesmos o que aponta a existência de cartel e monopólio. Esperamos que as CPIs desta Casa sirvam de referência para mudanças de conceitos e posturas da atual Administração. O que importa é a população ser bem atendida”, afirmou o presidente que falou ainda de desvios na Santa Casa e da responsabilidade política do ex-prefeito, Vitor Lippi. “Tanto o Hospital Evangélico quanto a Santa Casa receberam dinheiro do Poder Público e investiram em seu capital permanente, sendo que o primeiro não presta mas serviço ao SUS”, completou.
Em seguida o relator,
Marinho Marte, agradeceu os atuais membros e também os colegas que subscreveram
o relatório e falou sobre a gravidade do problema. “Historicamente, nunca se
viveu em Sorocaba esse verdadeiro caos na saúde, que o Poder Público não
consegue solucionar. Queremos o melhor para a cidade”, afirmou. Entre
outros pontos, o relatório sugere uma resolução administrativa para a Central
de Regulação a revisão de todos os contratos de convênios, contratação de
recursos humanos e reconhecimento do Conselho Municipal de Saúde.