22/09/2015 16h53

Prefeitura deve mais de R$ 3 milhões de Convênio com o Instituto Moriah

O Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, considerado polo de desinstitucionalização, está com dificuldades para assistir aos 496 pacientes internados hoje. Esta é a informação dada pelo diretor administrativo do Vera Cruz, Reginaldo de Oliveira Giraud, nesta terça-feira (22), em oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga repasses de recursos para entidades assistenciais conveniadas com a Prefeitura Municipal. Isso, porque, segundo o diretor administrativo, a Prefeitura deve cerca de 3,6 milhões ao Moriah. 

Em oitiva realizada pelo presidente da CPI, vereador Rodrigo Manga (PP), Giraud foi sabatinado pelos vereadores Luis Santos, Izídio de Brito, José Crespo, Francisco França. Segundo ele, desde dezembro de 2013, durante o processo de desinstitucionalização, o Vera Cruz recebeu 106 pacientes do Jardim das Acácias, 213 do Hospital Mental e 77 do Teixeira Lima. Em dezembro de 2013 existiam 323 pacientes internados no Vera Cruz e hoje somam 496 pacientes, sendo que 68% são de outros municípios. Em 2014 apenas oito pacientes foram encaminhados aos seus municípios de origem e oito para o convívio famíliar, em 2015 até agora foram três para seus municípios de origem e quatro para o convívio familiar. 

Questionado pelo vereador Crespo sobre o prazo para o fechamento definitivo do Hospital Vera Cruz, Geraud respondeu que o prazo do TAC não será o suficiente para a total desinstitucionalização. Já em relação ao atraso dos pagamentos da Prefeitura, o diretor administrativo do Vera Cruz admitiu que, como consequência, a assistência aos pacientes está sendo prejudicada e médicos e fornecedores estão com pagamentos atrasados. “Estamos negociando com os fornecedores, para que medicamentos e outros insumos não deixem de ser entregues e aguardamos uma resposta da Prefeitura sobre o pagamento.” 

A DESINSTITUCIONALIZAÇÃO – O presidente da CPI, Rodrigo Manga, conta que recebeu várias famílias que reclamam da dificuldade enfrentada com a desinstitucionalização. “São famílias de pacientes que foram desinternados, mas não aceitam o tratamento com medicamento em casa. É difícil para essas famílias controlarem a medicação dessas pessoas, que acabam tendo surtos e até agredindo pessoas da família, tudo isso por falta de estrutura,” explica. 

ESTRUTURA – O Instituto Moriah administra 15 residências terapêuticas, com 145 moradores, e gerencia um CAPS III, além do Vera Cruz, para isso, o Convênio estipula pagamento de R$ 25.400 mensais pelas casas terapêuticas, 183 mil pelo CAPS e R$ 1,8 milhão pelo Vera Cruz. Ao assumir a administração do Vera Cruz, o Moriah identificou a necessidade de manutenção e adequação da estrutura do hospital que, segundo Geraud, são feitas constantemente. 

O presidente da CPI, Rodrigo Manga afirmou que houve um TAC mal firmado. “Fizeram tudo sem ter noção do quanto custaria, o tempo que levaria, do que era necessário para a desinstitucionalização ser realidade. Isso é um total desrespeito com o ser-humano e com o dinheiro público. Estamos pagando caro por uma decisão errada e está saindo do bolso do cidadão sorocabano”, afirmou. 

Na quinta-feira, os membros da Comissão se reunirão para discutir os fatos apurados nas oitivas realizadas para a conclusão do relatório final. 

Assessoria de Imprensa – Vereador Rodrigo Manga (PP)