A diretora do Campus Sorocaba da UFSCar, Eli Ângela Vitor Toso, apresentou um histórico da instituição na cidade e falou dos planos futuros
A UFSCar Sorocaba oferece 620 vagas na graduação. O meio de ingresso é o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e 50% das vagas são reservadas para negros, pardos e alunos oriundos de escola pública. Também há vagas adicionais para indígenas. A universidade desenvolve projetos de iniciação científica em Sorocaba e 180 alunos participaram do Ciência Sem Fronteiras. A UFSCar Sorocaba já contabiliza com 1.451 publicações científicas, com destaque para as áreas de Biotecnologia, Ciências dos Materiais e Educação. A diretora Eli Ângela Vitor Toso observou, ainda, que o curso de Turismo da UFSCar Sorocaba é o melhor do Brasil, enquanto o curso de Engenharia de Produção está entre os melhores do país.
O vereador Luis Santos (Pros) protestou veementemente contra o tratamento dado pela UFSCar à Câmara Municipal, afirmando que a universidade tem dado “um tratamento desrespeitoso aos vereadores”; citou como exemplo fatos ocorridos quando da criação de uma comissão na Câmara Municipal para discutir a criação da Universidade Federal de Sorocaba. “Nós, vereadores, fomos xingados com palavrões que não ouso repetir aqui”, afirmou.
Luis Santos indagou à diretora da UFSCar Sorocaba se o plano diretor da universidade retirou a cláusula que previa sua transformação em Universidade Federal de Sorocaba. A diretora confirmou a informação e afirmou que “universidade é um organismo vivo e suas decisões são colegiadas, sempre visando a melhor qualidade de ensino”. Eli Ângela Toso ponderou que a UFSCar de Sorocaba, para oferecer um ensino de qualidade, compartilha a estrutura e a experiência dos outros quatro campi da UFSCar.
Uso de drogas – A vereadora Neusa Maldonado (PSDB) afirmou que existe um grande interesse de que o campus da UFSCar se torne Universidade Federal de Sorocaba, mas defendeu que também é preciso ampliar a Unesp (Universidade Estadual Paulista). “O que nos choca é o tipo de universitário que está saindo da UFSCar. Criticar é um direito dos alunos, como de qualquer outra pessoa, mas crítica não se confunde com agressividade, com falta de educação” – afirmou Neusa Maldonado, referindo-se a manifestações de alunos da UFSCar na Câmara Municipal. E também fez uma denúncia: “Soubemos por fonte da própria universidade que, nos intervalos das aulas, os alunos bebem muito na UFSCar e há usuários de drogas. Talvez isso explique essas condutas desrespeitosas. Isso nos preocupa mais até do que o campus ser da UFSCar ou de Sorocaba. Gasta-se muito dinheiro para formar esse tipo de universitário” – indignou-se a vereadora.
O vereador Wanderley Diogo observou que não houve aumento do número de vagas na graduação após 2010 e quis saber quais as razões disso. “De 2009 em diante não houve aumento nas vagas de graduação. O que houve foi um aumento nas vagas da pós-graduação, em nível de mestrado e especializações”, informou a diretora. Já os vereadores Helio Godoy (PRB), Izídio de Brito (PT) e Antonio Carlos Silvano (SDD) ressaltaram a importância do campus da UFSCar em Sorocaba e pediram desculpas, em seu próprio nome, pelas críticas externadas à instituição. Godoy afirmou que sua “experiência acadêmica tem sido libertadora e transformadora” e aproveitou para criticar a redução no atendimento no Projeto Sabe Tudo, o que, no seu entender, significa que não se está priorizando a educação no município.
O vereador Marinho Marte (PPS) afirmou que existe uma dificuldade de relação entre a Câmara Municipal e a UFSCar e ressaltou que “a Câmara tem sido parceria de todas as iniciativas não só da UFSCar, mas também das demais instituições de ensino superior no município”. O vereador elogiou a disposição da diretora em prestar contas à Câmara, mas observou que os números apresentados são frios e não dispensam o diálogo pessoal dos diretores da UFSCar com o Legislativo. “É preciso respeito ao Legislativo”, reiterou Marinho Marte.