Presidida pelo vereador José Francisco Martinez (PSDB), audiência pública ouviu o secretário Aurílio Caiado, da Fazenda, que prestou contas do 2º Quadrimestre de 2015
As metas fiscais do município de Sorocaba relativas ao 2º Quadrimestre de 2015 foram apresentadas pelo secretário da Fazenda, Aurílio Caiado, na manhã desta sexta-feira, 25, em audiência pública na Câmara Municipal. A audiência, requerida pela presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e Parcerias da Casa, vereadora Neusa Maldonado (PSDB), foi presidida pelo vereador José Francisco Martinez (PSDB), que, juntamente com Anselmo Neto (PP), também integra a referida comissão.
No 2º Quadrimestre de 2015 (que compreende os meses de maio, junho, julho e agosto) a Prefeitura apresentou uma receita primária total de R$ 1,534 bilhão contra uma despesa primária de R$ 1,457 bilhão, com um resultado primário total de R$ 76,385 milhões. O resultado primário representa a diferença entre as receitas primárias e as despesas primárias. Um resultado primário positivo, segundo explicou o secretário, indica que as receitas não financeiras foram maiores do que as despesas não financeiras.
Segundo os dados da Secretaria da Fazenda, houve um crescimento de 7% na receita primária em relação a 2014, enquanto a receita tributária teve um crescimento de 9%. A receita de transferências correntes cresceu 4%, abaixo da inflação, assim como a receita oriunda do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias), que cresceu 2%.
A maior queda se deu na receita de capital, que caiu 40% em relação ao mesmo período do ano passado, caindo de R$ 24,2 milhões para R$ 14,5 milhões. “A queda na receita de capital expressa a redução drástica dos convênios e dos repasses dos governos federal e estadual que praticamente foram estancados. Isso tem um impacto extremamente negativo na capacidade de investimento da Prefeitura no sentido da construção de creches e escolas, por exemplo”, explica o secretário Aurílio Caiado.
“Em relação às despesas primárias, observamos que, enquanto a receita está crescendo a 7%, a despesa está crescendo a 17%. Esse crescimento expressivo da despesa não se deve à folha de pagamento de pessoal e, sim, ao número de contratos que a Prefeitura é obrigada a atender, sobretudo na área da saúde. Os municípios, hoje, ficam com menos de 10% do total das receitas, mas são obrigados a atender muito mais de 10% dos direitos constitucionais previstos. O direito social mais oneroso – que é a saúde – tem sido sistematicamente jogado nos ombros do município. Sorocaba já gasta mais de 32% do orçamento com a saúde”, contabiliza o secretário.
O gasto do município com pessoal – não só da Prefeitura, mas dos demais órgãos – representa 41,44% da Receita Corrente Líquida, mais de 7 pontos percentuais abaixo do limite de alerta, que é de 48,60%, e quase 15 pontos abaixo do limite máximo que é de 54%. Outro dado positivo, segundo o secretário Aurílio Caiado, é o grau de endividamento da Prefeitura, que, segundo ele, é mínimo, talvez o menor ou um dos menores do país. “O município pode ter um grau de endividamento equivalente a 120% de sua Receita Corrente Líquida, mas a dívida consolidada do município está em 12% apenas”, afirmou o secretário.
Os dados apresentados pelo secretário da Fazenda, Aurílio Caiado, foram relativos não apenas à Prefeitura em si, mas também aos demais órgãos da administração, como Câmara Municipal, Saae, Funserv Previdência, Funserv Saúde, Parque Tecnológico e Urbes.
Exigência legal – A prestação de contas obedece a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000), que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Em seu artigo 9º, parágrafo 4º, a referida lei estabelece que até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre no Congresso Nacional ou nas Casas Legislativas estaduais e municipais, conforme também estabelece o parágrafo 1º do artigo 166 da Constituição.
O convite oficial para a referida audiência pública, assinado pelo presidente da Casa, vereador Gervino Cláudio Gonçalves, o Cláudio Sorocaba I (PR), fora publicado na edição de 11 de setembro do Jornal Oficial do Município.