10/03/2016 17h16

Integrando o calendário da Semana Municipal de Prevenção das Doenças Renais, foi realizada na tarde desta quinta-feira, 10, no plenário da Câmara Municipal de Sorocaba, audiência pública com o tema “Dia Mundial do Rim: Prevenção da doença renal começa na infância”. O debate teve inciativa do vereador Izídio de Brito (PT), em parceria com o Instituto de Hemodiálise de Sorocaba (IHS).

Além do parlamentar proponente, compuseram a mesa principal da sessão o diretor geral do IHS, Dr. Jaelson Guilhem Gomes; o chefe de divisão na Regional Norte de Saúde de Sorocaba, Vanderson Farley Brito dos Santos; e o nefrologista do Hospital Santa Lucinda Dr. Ronaldo D’Ávila.

Izídio de Brito explicou que a finalidade da audiência neste ano é divulgar as informações relacionadas à prevenção das doenças renais, com foco em alertar a população sobre a adoção de hábitos saudáveis desde a infância. O vereador abriu a sessão com a leitura do relatório da audiência pública do Dia Mundial do Rim em 2015, a fim de realizar um balanço do que foi colocado em prática desde então, para apresentarem novas propostas assim como reiterar as que ainda não foram atendidas. Os tópicos apontados foram correção de tabela SUS, realização de semana de conscientização, estímulo à prevenção das doenças renais, promoção de diagnóstico precoce, aumento da rede de atendimento, entre outros.

Em seguida, Jaelson Guilhem realizou uma apresentação em que traçou o panorama da doença renal crônica e da rede de atendimento no Brasil, alertando que nos últimos 15 anos foram fechadas 77 clinicas de diálise no país. Guilhem disse que a doença renal já é considerada uma pandemia e estima-se que há um aumento de custos para tratamento de 10% ao ano. “Nem o PIB chinês cresce nessa proporção”, comparou. Por fim, o diretor do IHS ressaltou a importância da prevenção e do aprimoramento do diagnóstico precoce, pois, segundo ele, 70% dos pacientes em diálise desconheciam possuir a doença no início do tratamento.

Representando a secretaria municipal de Saúde, Vanderson Santos disse que desde a última audiência pública sobre o assunto houve alguns avanços. Ele citou a própria realização da Semana Municipal de Prevenção das Doenças Renais e informou que nessa ocasião a Prefeitura está realizando busca ativa de possíveis portadores de doenças renais crônicas, com a intenção de tornar a prática permanente.

Santos contou ainda que há o plano de credenciar a Policlínica para se tornar um ambulatório de especialidades em doenças renais. Com isso, pacientes em estágios mais avançados da doença (estágios 4 e 5) receberiam na unidade acompanhamento holístico – com médico nefrologista, enfermeiros e equipe multiprofissional, com nutricionista, psicólogo e assistente social.

Já Ronaldo D’Ávila disse que “existe muito pouco a comemorar no dia de hoje, pois a situação do tratamento dialítico é muito grave”. O nefrologista argumentou que é preciso enfrentar essa situação de frente e reunir esforços, e citou o aspecto tecnológico envolvido no tratamento, cuja evolução proporciona melhorias na vida dos pacientes.

Ao final da sessão, Izídio de Brito reiterou o problema, citado na audiência, da elevada quantidade de água utilizada nas diálises – o que eleva o custo do tratamento. Para enfrentá-lo, o vereador informou que irá discutir a criação de um projeto de lei com o intuito de reduzir, no município, a tarifa de água utilizada nas unidades que realizam o tratamento.