O vereador Carlos Leite (PT) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Sorocaba nesta quinta-feira (05) para cobrar dos deputados estaduais da região, que assinem a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para investigar as empresas de preparo e distribuição de merenda nas escolas públicas estaduais, e o próprio Governo do Estado.
"Para nós aqui de Sorocaba é uma vergonha termos deputados estaduais que estão representando a nossa cidade e não estão empenhados para que essa CPI aconteça na Alesp", protestou o vereador.
Segundo ele, uma carta via AR foi enviada aos deputados estaduais da região, no dia 05 de fevereiro, pedindo que eles assinassem a CPI da Merenda, mas até hoje nenhum deles respondeu se vão assinar ou não vão assinar a abertura da CPI.
"Quero fazer um apelo a todos os deputados da nossa cidade, para que abram essa CPI, porque o que está acontecendo no nosso Estado é uma vergonha, com a máfia e a manipulação que existe entre algumas empresas que fazem a distribuição da merenda escolar", declarou Leite.
Faltam apenas 7 votos para que a CPI seja aberta. São necessários ao todo 32 nomes. Da região, apenas o deputado Raul Marcelo assinou. Os deputados Carlos Cezar (PSB), Maria Lúcia Amary (PSDB) e Rita Passos (PSD) não assinaram o pedido de abertura da CPI.
Estudantes estão, no momento, ocupando o prédio da Assembleia Legislativa, cobrando a abertura das investigações pela Alesp, numa tentativa de pressionar os deputados indecisos a assinarem o documento.
Entenda o caso - O Governo Geraldo Alckmin (PSDB) tem enfrentado denúncias de superfaturamento nas compras de gêneros alimentícios para a merenda escolar das unidades estaduais de educação. O escândalo da merenda paulista está sendo investigado pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público, sendo que pessoas já foram presas.
O próprio presidente da Alesp, Fernando Capez, é citado como possível beneficiado de propina para facilitar contratos para a aquisição de sucos de laranja para escolas de diversos municípios. A citação do nome de Capez foi feita por funcionários de uma das empresas envolvidas no escândalo, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf).
Ainda não se sabe a extensão total do esquema, mas estão sob suspeita compras realizadas nos últimos cinco anos em pelo menos 22 cidades do interior do Estado, envolvendo valores superiores a R$ 11 milhões de reais só em 2015.
Assessoria de imprensa – vereador Carlos Leite (PT)