O vereador Carlos Leite (PT) esteve reunido com moradores, lideranças comunitárias e ativistas ambientais do bairro do Éden, em um encontro promovido pelo Padre Ricardo Cirino Vaz, da paróquia Nossa Senhora da Piedade, onde foram debatidos temas envolvendo o abastecimento hídrico e o saneamento básico, que é extremamente precário na região. O vereador Helio Godoy e o assessor parlamentar Eloy de Oliveira, representando o vereador José Crespo, também estiveram presentes.
A principal reclamação dos moradores locais refere-se ao despejo de esgoto in natura no meio ambiente, atitude que perdura há décadas pela falta de infraestrutura de tratamento na região. Por problemas de atraso em obras, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) ABC, que atenderia a região de Aparecidinha, Brigadeiro Tobias, Éden e região, ainda não foi entregue.
Outra obra que também não foi entregue é a do Coletor tronco do Rio Pirajibu, essencial para garantir que o esgoto não seja mais despejado nas águas locais. O atraso nas obras de deve, dentre outras coisas, pelo abandono por parte da empresa terceirizada ECL Engenharia.
Os moradores locais denunciam, entretanto, que as obras da ETE foram subdimensionadas, e assim que foram inauguradas, já estarão defasadas, dado o crescimento habitacional da região. Só a região de Brigadeiro, por exemplo, despeja 2.300 metros cúbicos de esgoto diretamente na natureza, provenientes de 3654 imóveis.
No mês passado, o vereador Carlos Leite presidiu longa audiência onde se debateu as questões relativas ao abastecimento hídrico da região de Sorocaba.
O vereador pontua que "a região do Éden sofreu um dos piores racionamentos de água de todos os tempos, no ano de 2015, fruto da falta de investimento da Prefeitura na Estação de Tratamento local, que deveria ter sua capacidade ampliada ano a ano, tendo-se em vista o crescimento populacional da região. Mas isso não aconteceu, e a população arcou com as consequências".
"Enquanto isso, o Rio Pirajibu está praticamente morto, com toneladas de esgoto sendo despejadas nele desde as cidades de Alumínio, Mairinque e Itu. Se não é apenas Sorocaba que despeja seu esgoto nesse rio, faltou à administração municipal, por anos, o tato necessário para dialogar a nível regional e buscar alternativas de tratamento para o Rio", discursou o vereador Carlos Leite.
Poços secos - Crítico contundente da ausência de políticas públicas para combater o desperdício e a exploração indiscriminada de águas subterrâneas, o ambientalista Cláudio Robles denunciou que dezenas de poços da região, em especial o bairro Campininha.
Há dez anos, cerca de 39 poços abasteciam a região. Hoje, apenas 8 estão em funcionamento. As famílias que moram na região precisam comprar água de caminhões-pipa, ao custo de R$ 182,00 por carga. "É um absurdo o que vemos. Tem gente ganhando muito dinheiro com exploração irregular da água subterrânea, com reflexos diretos sobre o abastecimento hídrico local", diz Robles.
Em março, o vereador Carlos Leite realizou uma audiência pública na Câmara Municipal, onde se debateu a questão hídrica da cidade, no Dia Mundial da Água. Na ocasião, a denúncia de Robles saltou aos olhos das autoridades presentes. Os palestrantes da noite foram o professor Doutor André Cordeiro Alves dos Santos, do Centro de Ciências Humanas e Biológicas - CCHB, da Ufscar Sorocaba - SP, e o professor Mestre Geraldo Hideo Oda, do Instituto Geológico - SMA, de São Paulo - SP.
MP investiga barragem - Na reunião, os moradores locais esboçaram grande preocupação com a possível ruptura da barragem de rejeitos minerais da empresa CBA. O vereador Carlos Leite disse que está cobrando informações das autoridades competentes sobre as fiscalizações que estão sendo feitas no local.
O histórico de vazamentos de lama vermelha contaminada com soda cáustica proveniente da barragem da empresa CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), levou o vereador Carlos Leite a protocolar, em 11 de novembro de 2015, representação no Ministério Público pedindo que o órgão investigue as condições da barragem de resíduos da empresa, bem como avaliar se os órgãos competentes estão fazendo as devidas fiscalizações e, se caso não estejam, que sejam adotadas as medidas judiciais cabíveis. O MP de Alumínio abriu inquérito e está investigando o caso. "Estamos acompanhando cada passo do MP nesse caso", garantiu o vereador.
Em ao menos duas ocasiões rejeitos da barragem da CBA vazaram, em 2001 e em 2004, levando a empresa a ser multada respectivamente em R$ 98,3 mil e R$ 124 mil. O segundo caso foi mais grave, com resíduos atingindo o Rio Sorocaba, causando a mortandade de peixes e comprometendo o uso das águas. Os rejeitos possuíam argila misturada com soda cáustica, e desceram da região do município de Alumínio até o Rio Sorocaba.
"Temos informações seguras de que, havendo um rompimento dessa barragem, a lama vermelha alcançará fatalmente o Rio Pirajibu e, depois, o Rio Sorocaba. Até porque isso já aconteceu antes, em relação ao vazamento de material tóxico da tubulação da represa", escreveu Leite o documento.
MP investiga esgoto - Moradores do bairro da Aparecidinha e o vereador Carlos Leite (PT) protocolaram uma representação no Ministério Público no último dia 26 de abril, denunciando o despejo de esgoto in natura diretamente no meio ambiente. Segundo o documentos, o problema seria ocasionado pela inoperância de uma estação elevatória de esgoto na Rua Olga Amato, que há mais de dois anos estaria inoperante.
"Como consequência, uma grande quantidade de esgoto doméstico é lançada diretamente em uma área de preservação permanente, ao lado de uma nascente, em uma área verde do residencial onde moram dezenas de pessoas", assinala a representação. "Tal problema é grave, com sérias consequências ambientais, pois as águas das nascentes abastecem um ecossistema de brejo, que vem sendo danificado e contaminado", continua o texto.
Assessoria de imprensa – vereador Carlos Leite (PT)