Sindicalistas do Sinsaúde levaram um cartaz com a foto de Antonio Carlos Matos, o auxiliar de enfermagem morto por um paciente psiquiátrico. Vereador Rodrigo Manga (DEM) anunciou que vai protocolar pedido de revisão do TAC da Desinstitucionalização no Ministério Público.
A morte do auxiliar de enfermagem esfaqueado por um paciente com problemas psiquiátrico na semana passada, assim como o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da Desinstitucionalização foram temas de discussão ao fim da 43ª sessão ordinária da Câmara, nesta terça-feira, 12, contando com a presença do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Sorocaba e Região (Sinsaúde). Sindicalistas e familiares de Antonio Carlos Matos foram à Casa para protestar contra a falta de segurança dos funcionários e a morte do servidor.
O vereador Rodrigo Manga (DEM) iniciou a discussão criticando veementemente o TAC firmado entre o Município e o Ministério Público para o fechamento dos hospitais psiquiátricos na cidade, que classificou “como a maior vergonha da história Sorocaba”. “Sorocaba viveu nos últimos meses cenas de verdadeiro terror e a gota d’água foi a morte do funcionário da Saúde. Não somos totalmente contrários à desinternação. Alguns pacientes podem, outros devem estar no hospital sendo tratados. Até quando o Poder Público vai esperar para pedir a revisão deste TAC?”, afirmou. Manga pediu a colaboração dos demais vereadores na representação em que está solicitando ao MP tal revisão e que será protocolada ainda hoje.
O vereador Marinho Marte (PPS) também criticou o TAC e cobrou a responsabilização das autoridades. Já o vereador José Crespo (DEM) falou sobre a necessidade de aprofundamento da discussão e dos casos isolados, afirmando que os hospitais nunca poderiam ter sido extintos.
Milton Sanches, presidente do Sinsaúde fez um retrospecto do processo que culminou com a desinstitucionalização e denunciou os casos de violência contra trabalhadores da Saúde, muitos ocultados pelos próprios servidores, segundo ele, por medo. Também classificou como oportunistas aqueles que defenderam o fechamento dos hospitais psiquiátricos e afirmou que o TAC foi rapidamente assinado, sem discussão, o que prejudicou trabalhadores e pacientes.
“Não estamos aqui criticando o paciente e sim a irracionalidade das pessoas que dirigem a saúde neste país”, disse. Sanches afirmou que na teoria a desinstitucionalização é importante, mas que o projeto foi implantado “ao contrário”, ou seja, ao invés de se criar uma rede para atender os pacientes que estão saindo do hospital, fecharam os hospitais para que os pacientes procurem voluntariamente o Centro de Atenção Psicossocial (Caps). “Carlinhos não será apenas um número, uma estatística. Daqui para frente vamos lutar junto com os trabalhadores. Não basta jogar a culpa no TAC, é preciso fazer alguma coisa”, concluiu.