Carlos Teles Drisostes, superintendente do hospital, afirmou que o atraso no repasse de verbas para o hospital por parte da Prefeitura já está chegando há três meses
“Eu não sei o que fazer. Simplesmente precisamos de ajuda. Sorocaba não pode prescindir de um hospital como o Santa Lucinda.” Com essas palavras, o superintendente do Hospital Santa Lucinda fez uso da palavra durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 1º, para denunciar as dificuldades enfrentadas pelo hospital, que, segundo ele, vem sofrendo atrasos de até 90 dias no pagamento de seus serviços por parte da Prefeitura. O uso do espaço pelo superintendendo do hospital foi autorizado pelo presidente da Casa, vereador José Francisco Martinez (PSDB).
O superintendente informou que, desde o dia 28 de novembro último, o Hospital Santa Lucinda não tem mais convênio com a Prefeitura, pois o município não renovou o contrato alegando falta de recursos no orçamento. “Apesar disso, o hospital continua recebendo pacientes e não sabemos o que fazer”, afirmou. “A Prefeitura deve mais de 10 milhões de reais de reais para o Santa Lucinda”, acrescentou, observando que a maioria dos recursos utilizados pelo município para pagar o hospital têm origem federal.
“Outro dia recebemos uma notificação dos médicos pediatras, anunciando que iriam rescindir o contrato, mas pedi a eles que não fizessem isso e, felizmente, eles continuam atendendo”, relatou. “Eu não sei o que fazer. Simplesmente preciso de ajuda. Sorocaba não pode prescindir de um hospital como o Santa Lucinda”, acrescentou.
Ao final da sessão ordinária, o vereador Izídio de Brito (PT) usou a tribuna para corroborar a fala de Carlos Teles e denunciar que a Prefeitura recebeu recursos da União, mas não os repassou ao Hospital Santa Lucinda. O vereador disse que essa informação também foi discutida na última reunião do Conselho Municipal de Saúde e corroborada por uma mensagem da gerente administrativa do Hospital Santa Lucinda, Regina Menassanch.
“Na mensagem que tenho aqui, a Sra. Regina afirma que acompanha rigorosamente o fluxo de repasse do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde e tem conhecimento de que os repasses de agosto, setembro, outubro e novembro foram executados na conta do município, porém nenhum recurso foi repassado para o Hospital Santa Lucinda. Ela frisa que o município está usando o recurso indevidamente”, disse Izídio de Brito da tribuna.
“Temos também um ofício do secretário de Saúde, datado de 30 de novembro, em que ele afirma que não foi possível realizar a referida prorrogação do convênio com o Hospital Santa Lucinda, conforme informações prestadas pela Secretaria do Planejamento, porque não há orçamento para respaldo das despesas decorrentes. Isso é muito grave”, afirmou Izídio de Brito.
Em aparte, o vereador Anselmo Neto (PSDB), líder do governo na Casa, observou que há informações desencontradas, pois, segundo a Prefeitura, os repasses federais para a saúde estão atrasados. Izídio de Brito disse que apresentou requerimento, já aprovado, cobrando da Prefeitura todas as informações sobre os repasses federais. Por sua vez, o vereador Francisco França (PT) sugeriu que seja agendada, com urgência, uma reunião com o secretário de Saúde, Ailton Ribeiro, para tratar do assunto. Anselmo Neto ficou de viabilizar a reunião.