08/12/2016 12h11
 

A psicopedagoga Patrícia Tarla Vaccari Julio entregou aos vereadores um abaixo-assinado com mais de oito mil assinaturas.  

 

Com o tema, “Plano Municipal da Primeira Infância”, a psicopedagoga Patrícia Tarla Vaccari Julio utilizou a Tribuna Popular no início da 81ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Sorocaba, na manhã desta quinta-feira, 8. A oradora entregou ao presidente da Casa, vereador José Francisco Martinez (PSDB), um abaixo-assinado com mais de 8 mil assinaturas contra o plano, criticando o “caráter ideológico”, como classificou, e em especial à ideologia de gênero. As famílias requerem a criação de um comitê de pais para acompanhar as discussões sobre educação, assegurando assim a participação popular nas políticas públicas.

 

Em nome dos pais de alunos, Patrícia Tarla destacou uma série de pontos que discordam do plano como: uso de termos como ‘vigilância’ e ‘denúncia’ por parte dos servidores para com a população; subjetividade do texto; interferência na vida familiar; falta de menção à família, implantação da ideologia de gênero e altos gastos considerados desnecessários.

 

A psicopedagoga afirmou que os pais recusam o plano que consideram “padronizado”, sem participação da comunidade e dos professores e sem considerar os costumes locais. Denunciou ainda a falta de ações do Comitê Municipal pela Primeira Infância, que elaborou o plano, para sensibilizar as pessoas da comunidade e ouvir os profissionais das 120 creches do Município, destacando que a minoria participou do processo e muito pouco do que as professoras sugeriram foi incorporado. “Seria possível chamar de democrático esse plano que não representa os professores, nem conta com a assessoria dos pais?”, concluiu, propondo a criação do comitê de pais.

 

O Arcebispo Metropolitano de Sorocaba, Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, também demonstrou o posicionamento contrário da Igreja Católica ao plano. O arcebispo ressaltou que é preciso “educar para a virtude”, e que não se pode tolher o direto das famílias de dar educação aos seus filhos, muito menos substituir os pais como cuidadores. A leitura do trecho da Bíblia no início da sessão desta quinta-feira, durante o primeiro expediente da sessão, conforme prevê o Regimento Interno, foi proferida excepcionalmente pelo arcebispo.