O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba (SSPMS), Salatiel Hergesel, participou da sessão ordinária desta quinta-feira, 16, após protocolar no Legislativo o pedido de impeachment do prefeito José Crespo (DEM). Com aproximadamente 900 páginas, o documento alega improbidade administrativa, pelo descumprimento do orçamento, e quebra decoro, por prática de assédio moral.
Se colocando apenas como cidadão, Hergesel disse que o chefe do Executivo “desrespeitou os três poderes, o Judiciário, o Legislativo e o próprio Executivo”. Segundo ele o prefeito cometeu crime eleitoral e desrespeitou o servidor, ao colocar a população contra os funcionários, através de manifestações em rede social. Também lembrou a criação de cargos e secretarias, na contramão do argumento de falta de recursos e descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, alegados na recusa do prefeito a concessão do dissídio coletivo.
Após a apresentação do presidente, o vereador Francisco França (PT), como líder da bancada, criticou o pedido de impeachment do prefeito que, segundo ele, não tem embasamento e desvia o foco principal que é o aumento salarial da categoria. França também lamentou a judicialização do dissídio, que irá arrastar a discussão, como pretende o Executivo, em sua opinião. “Se não for por mobilização, vocês não vão ter a reivindicação”, completou.
Reajuste salarial – A pedido do vereador José Francisco Martinez (PSDB), o presidente do SSPMS utilizou a Tribuna Popular e inicialmente agradeceu o apoio dos vereadores em defesa dos servidores, em especial os oito vereadores que se reuniram nesta semana com o prefeito José Crespo na tentativa de manter aberto o diálogo em busca de um acordo justo.
Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira, 15, os servidores decidiram recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT) de Campinas em busca do reajuste salarial dos funcionários públicos do Município. A categoria cobra reajuste de 14,77%, mas o prefeito se nega a conceder qualquer reajuste no momento. Alegando falta de recursos financeiros para conceder agora o reajuste, o prefeito propôs a mudança da data-base da categoria de janeiro para outubro.
“O sindicato está aberto a propostas e ao diálogo, mas não pode esperar até outubro”, afirmou Hergesel. O presidente do sindicato disse que é o “momento de sensibilizar a população” e que manifestações estão marcadas para a próxima quarta-feira, 22, não descarando a possibilidade de greve dos funcionários.