24/05/2017 14h56


Convocada por JP Miranda (PSDB), a audiência reuniu a secretária de Educação e o diretor geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, que apresentaram as possibilidades referentes à implantação do campus definitivo do instituto. Pais, alunos e professores do Maylasky participaram do debate.

Por iniciativa do vereador JP Miranda (PSDB), a Câmara Municipal de Sorocaba realizou na manhã desta quarta-feira, 24, audiência pública para discutir a possível transferência do prédio da Escola Municipal Matheus Maylasky para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). Representantes da escola, do instituto, da prefeitura e vereadores participaram da audiência, que reuniu pais, alunos e ex-alunos.

A mesa de trabalho foi composta pelo presidente da audiência, JP Miranda e também pelas seguintes autoridades: o ex-prefeito Paulo Mendes, a secretária municipal de Educação, Marta Cassar; o diretor geral do Campus Sorocaba do Instituto Federal, professor Denilson de Camargo Mirim; a diretora da escola Matheus Maylasky, Ana Paula Sanches, e o ex-diretor, Wanderlei Acca, e ainda o presidente da Comissão de Educação da Câmara, Pastor Apolo (PSB).

Também participaram do debate os vereadores José Francisco Martinez (PSDB), Iara Bernardi (PT), Vitão do Cachorrão (PMDB), Péricles Régis (PMDB), Hudson Pessini (PMDB), Luis Santos (Pros), Fausto Peres (PTN) e Silvano Junior (PV), além do secretário de Relações Institucionais e Metropolitanas, Anselmo Neto.

Filho e neto de ferroviários, o vereador JP Miranda estudou na escola Maylasky e lembrou o momento da municipalização, em 1996, que ocorreu no governo de Paulo Mendes e sob a direção de Wanderlei Acca. “O objetivo dessa audiência é promover um debate transparente, democrático e aberto sobre o futuro da escola Matheus Maylasky”, afirmou. Em seguida foi transmitido um vídeo histórico sobre a escola quando de sua fundação há 70 anos, para atender os filhos dos ferroviários da Fepasa.

Defesa dos vereadores – O presidente da Comissão de Educação, Pastor Apolo, que vem acompanhando o caso, lembrou que no próximo dia 30 de maio será realizada uma reunião entre o prefeito José Crespo e o reitor do Instituto Federal para apresentar uma solução para o imbróglio. A vereadora Iara Bernardi lamentou o mal-estar causado entre a escola e o instituto e José Francisco Martinez, assim como os outros parlamentares presentes, defenderam a permanência da escola no prédio que ocupa desde sua fundação e também a escolha de um novo campus para o Instituto Federal em outro local. Os dois parlamentares eram vereadores quando da municipalização da escola e participaram efetivamente do processo.

Vitão do Cachorrão, que defendeu a importância da escola para o município, questionou a data definida pelo Executivo para apresentar a definição quanto a manutenção ou transferência do prédio. “Por que durante as férias? Na calada da noite? Por que não apresenta antes uma definição?”, questionou. Péricles Régis lembrou que a cessão do prédio à escola em comodato, prevista em lei, vigora até 2026, reforçando ainda que toda essa discussão serviu para divulgar a importância do Instituto Federal na cidade e a necessidade de um campus próprio para garantir sua expansão. Luis Santos, que presidia a Comissão de Educação no ano passado, reforçou que acompanha a questão desde o início, quando foi levantada a possibilidade de levar o instituto para os galpões existentes atrás da escola, frisando que nunca foi questionada a utilização do prédio. Assim como fez Martinez anteriormente, Luis Santos sugeriu a transferência do Instituo Federal para o antigo campus seminário da Uniso.

Hudson Pessini disse que esteve nos galpões com o deputado federal Jeferson Campos, com o objetivo de buscar verbas federais para reforma da estrutura e instalação do instituto no local. Fausto Peres lembrou que na primeira reunião realizada com o prefeito, os vereadores defenderam a permanência do colégio no seu prédio e o prefeito afirmou que foram ofertados outros locais para o Instituto Federal. Silvano Junior reforçou a tradição do Maylasky na cidade e também a importância do instituto para os jovens do município.

Executivo – A secretária Marta Cassar, que também foi professora e diretora do Matheus Maylaky, afirmou que a questão da instalação do Instituto Técnico é anterior ao atual governo e os estudos acontecem na Secretaria de Educação desde janeiro, sendo que ainda não há definição sobre o tema, lembrando que o prefeito José Crespo solicitou uma proposta por escrito da direção do Instituo Técnico. Marta afirmou que o Executivo foi procurado professor Denilson de Camargo Mirim, que pediu a transferência do Instituto Federal para um local definitivo permitindo a ampliação dos cursos ofertados e implantação de graduação, pós-graduação lato sensu, mestrado e doutorado. “É interessante para o Poder Público a vinda e ampliação desses serviços para Sorocaba”, disse. A secretária apresentou o estudo realizado para o caso de necessidade de transferência dos alunos para outras unidades.

Atualmente a escola Matheus Maylasky possui 14 salas de aula, atendendo mais de 700 crianças e adolescentes nos períodos da manhã e tarde. Entre os problemas apontados em caso de desocupação do prédio estão a dificuldade de transporte dos alunos que moram próximo à escola e divisão dos alunos entre várias escolas. Disse ainda que foram sugeridas como opções como a migração dos alunos do 9º ano do Maylasky para o instituto e o uso compartilhado do complexo, com a reforma do refeitório e da área administrativa da antiga Fepasa. Marta Cassar também disse ainda que repassou ao professor os problemas do prédio que passa pelo processo de tombamento, como o telhado, entulhos, mal cheiro e alagamentos. Também foi sugerida a instalação do campus em terreno do Éden e o uso compartilhado da Escola Estadual Monsenhor João Soares, que será municipalizada. Sobre a possibilidade de uso do antigo seminário, a secretária afirmou que a Prefeitura está desocupando todos os prédios locados, subutilizados, o que é o caso do seminário. 

Já a diretora da escola Matheus Maylasky defendeu a ampliação do Instituto Federal em Sorocaba, mas se colocou contrária à transferência dos alunos, afirmando ser notório entre os estudantes o desejo em permanecer no espaço atual. “A nossa expectativa é que os vereadores nos apoiem”, concluiu Ana Paula. O ex-diretor do Maylasky, Wanderley Acca, também lembrou a importância histórica do prédio da escola e ressaltou o prejuízo que uma mudança traria aos estudantes, que já estão ambientados com o local, segundo ele “em meio a um parque, com pássaros, animais, orquidários, um vagão de trem histórico, ou seja, com tudo isso relacionado a um projeto pedagógico”.

Instituto Federal – O diretor geral do campus Sorocaba do Instituto Federal, professor Denilson de Camargo Mirim, confirmou as informações passadas pela secretária e afirmou que a partir de agora a questão será conduzida pela reitoria do instituto, reforçando que nenhuma das opções levantadas está descartada. Mirim lembrou que já esteve na Câmara em outras ocasiões defendendo a sede própria para o instituto, que funciona num prédio emprestado pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), e apresentou um vídeo sobre os institutos federais em atuação no país.

O diretor geral apresentou ainda o projeto de ampliação do Instituto Federal em Sorocaba, que em 2016 foi elevado ao status de campus pleno, como implantação dos cursos de técnicos em mecatrônica e em recursos humanos e a formação técnica integrada com o curso médio, já para 2018. Citou ainda como exemplo os outros campi da região como São Roque, Itapetininga e Boituva que trabalham com cursos adequados às demandas de cada cidade.

Sobre a intenção de ocupar os prédios anexos à escola Matheus Maylasky, Mirim afirmou que será apresentado ao prefeito o levantamento de custos da reforma dos antigos refeitório e administração, que já foram doados ao Insituto Federal. O professor afirmou que apesar da necessidade de reforma, a médio e longo prazo o local é considerado como o mais adequado.