12/07/2017 09h23

O projeto de lei – um dos quatro na pauta em segunda discussão – recebeu emenda do vereador Luis Santos (Pros) suprimindo a “orientação sexual e identidade de gênero” do rol dimensões exigidas de seu quadro de componentes

 

 Incentivo ao voluntariado em concursos públicos, punição ao trote telefônico em serviços de emergência, criação do “Dia Municipal dos Vendedores e Vendedoras Ambulantes”, recriação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e alterações no Parlamento Infanto-Juvenil são os temas dos projetos de lei em primeira discussão e segunda discussão na 44ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal nesta quinta-feira, 13. Os vereadores Rafael Militão (PMDB), Rodrigo Manga (DEM) e Renan Santos (PCdoB) são os autores dos projetos em pauta.

 

Os vereadores começam votando quatro projetos de lei em segunda discussão, entre eles o Projeto de Lei nº 112/2017, substitutivo, de autoria do vereador Rafael Militão (PMDB), estabelecendo que, em concursos de provas e títulos, valerá como título ou como critério de desempate a comprovação da realização de 90 horas de serviços voluntários nos doze meses imediatamente antecedentes à data da entrega dos títulos, o mesmo se aplicando à hipótese de seleção para escolas públicas do município. Inspirada em iniciativa semelhante da cidade mineira de Estrela do Sul, o projeto de lei – que recebeu parecer favorável da Comissão de Justiça e foi aprovado em primeira discussão na sessão passada – tem como meta estimular o voluntariado em Sorocaba.

 

Também em segunda discussão e de autoria de Rafael Militão, será votado o Projeto de Lei nº 158/2017 estabelecendo multa para quem praticar trote telefônico. De acordo com a proposta, os proprietários de linhas telefônicas, fixas ou móveis, das quais sejam originados trotes aos serviços municipais de urgência e emergência ou não, desde que geridos pelo município, estão sujeitos à multa no valor de R$ 500, a ser cobrada em dobro em caso de reincidência. Já as ligações originadas de telefones públicos serão anotadas em separado para que seja averiguado posteriormente o seu autor. O valor da multa será corrigido, anualmente, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) do IBGE. A multa também poderá ser convertida em medida socioeducativa. O Executivo terá prazo de 90 dias para regulamentar a lei, caso aprovada. O projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Justiça e foi aprovado em primeira discussão na sessão passada.

 

Também em segunda discussão, será votado o Projeto de Lei nº 160/2017, do vereador Rodrigo Manga (DEM), que institui o “Dia Municipal dos Vendedores e Vendedoras Ambulantes”, a ser celebrado anualmente no dia 14 de novembro com homenagens realizadas a serem realizadas pela Câmara Municipal. O projeto – com parecer favorável da Comissão de Justiça e já aprovado em primeira discussão na sessão passada – também prevê que o Executivo irá envidar esforços no sentido de promover palestras, campanhas educativas, homenagens, entre outras ações, com ampla divulgação.

 

Volta à pauta em segunda discussão o Projeto de Lei nº 148/2017, de autoria do Executivo, que recria o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e o Fundo Municipal dos Direitos da Mulher, revogando, expressamente, a Lei 6.669, de 2 de setembro de 2002, que trata da mesma matéria. O novo conselho será composto de 20 membros, sendo 10 representando o poder público municipal e 10 representando a sociedade civil, devendo incorporar as dimensões de classe, gênero, etnia, raça, geração, de orientação sexual e identidade de gênero, de pessoas com deficiência, rurais e urbanas, de movimentos sociais, entre outras.

 

O projeto de lei foi aprovado em primeira discussão na sessão de 6 de julho último, com voto contrário do vereador Luis Santos (Pros), que apresentou emenda à proposta para impedir que homens que se consideram mulheres possam integrar o conselho. A emenda de Luis Santos altera o inciso II do artigo 4º do projeto, retirando a expressão “orientação sexual e identidade de gênero” do rol de dimensões que o conjunto dos dez representantes da sociedade civil no conselho devem contemplar. A emenda do vereador – que teve parecer favorável da Comissão de Justiça – mantém as dimensões de classe, etnia, raça, geração, de pessoas com deficiência, rurais e urbanas e de movimentos sociais.

 

Primeira discussão – Em primeira discussão, será votado o Projeto de Lei nº 257/2016, de autoria do então vereador Francisco Moko Yabiku (PSDB), que declara de utilidade pública a Sociedade Esportiva Aquática de Sorocaba (SEAS). A entidade foi fundada em 27 de julho de 2009, com o objetivo de manter as equipes de representação esportiva de Sorocaba na modalidade natação para pessoas com deficiência. O autor do projeto sustenta que as equipes da entidade vêm obtendo títulos, medalhas e resultados expressivos em competições oficiais da natação para pessoas com deficiência, como os Jogos Regionais e os Jogos Abertos do Interior.

 

O projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Justiça, condicionado à vistoria à entidade por parte da comissão de mérito pertinente. O vereador João Donizeti Silvestre (PSDB) solicitou que fosse anexado ao projeto um documento com a relação das medalhas conquistadas pelas equipes da SEAS. E, em 23 de junho último, a Comissão de Cultura e Esportes – presidida pelo vereador Fausto Peres (Podemos) e formada pelos vereadores Silvano Júnior (PV) e Renan dos Santos (PCdoB) – visitou a sede da entidade e constatou que ela está funcionando regularmente. Com isso, a Comissão de Justiça exarou novo parecer favorável à entidade.

 

Por fim, será votado o Projeto de Resolução nº 13/2017, de autoria do vereador Renan Santos (PCdoB), que altera a Resolução nº 337, de 19 de maio de 2009, de autoria do então vereador Helio Godoy (PRB), que cria o Parlamento Infanto-Juvenil no âmbito da Câmara Municipal de Sorocaba. O projeto atualiza o texto da resolução, prevendo que o referido parlamento será constituído por estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II (em vez de 5ª a 8ª séries) e estabelece que as sessões plenárias do Parlamento Infanto-Juvenil serão realizadas no plenário com transmissão pela TV Legislativa. O projeto prevê, ainda, que o processo de escolha dos vereadores-estudantes junto aos estabelecimentos de ensino será regulamentado pela Escola do Legislativo. Por fim, o projeto estabelece que poderá ser nomeada uma comissão de vereadores para ajudar nos trabalhos do Parlamento Infanto-Juvenil e também suprime os dispositivos da resolução que previam a duração de um dia para a duração da legislatura do referido parlamento com a redação dos autógrafos dos projetos aprovados na Imprensa Oficial do Município.

 

Projeto prejudicado – Já o Projeto de Lei nº 159/2017, de autoria do vereador Hudson Pessini (PMDB), foi retirado de pauta na sessão passada a pedido do autor e ficou prejudicado. O projeto estabelece desconto progressivo no pagamento de ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) para as empresas e profissionais responsáveis pela distribuição de panfletos, jornais publicitários, cartazes e congêneres no município desde que contratem pessoas em situação de vulnerabilidade, beneficiadas ou auxiliadas por entidades beneficentes que atuam no auxílio à população de rua ou por unidade pública da Assistência Social que também oferece esse tipo de atendimento. O desconto previsto irá variar entre 5% e 50% do imposto devido. O Executivo deverá regulamentar a lei em 180 dias. A Comissão de Justiça exarou parecer favorável ao projeto com uma emenda que modifica seu artigo 4º, prevendo que entrará em vigor em 1º de janeiro do próximo ano.