12/07/2017 11h50
 

Tatiane Pólis é a primeira convocada pela comissão. CPI realiza oitiva na próxima sexta-feira, 14, para ouvir a assessora

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal aberta para apurar possível crime de prevaricação por parte do prefeito José Crespo realizou na manhã desta quarta-feira, 12, sua terceira reunião e decidiu convocar a assessora Tatiane Regina Goes Polis para prestar esclarecimentos. A funcionária, cuja legalidade dos diplomas de ensino fundamental e médio vem sendo questionada, será ouvida na primeira oitiva da CPI na próxima sexta-feira, 14.

 

Além da presidente da comissão, Fernanda Garcia (PSOL), participaram da reunião o relator da CPI, Hudson Pessini (PMDB) e a vereadora Iara Bernardi (PT), membro da comissão, além do vereador Irineu Toledo (PRB).

 

Também ficou acertado, por sugestão da vereadora Iara, que a comissão irá à Diretoria de Ensino para questionar a legalidade do curso à distância do Colégio Cobra e para saber se havia outros alunos na cidade no mesmo período em que a assessora esteve matriculada. Também será encaminhado novo ofício ao Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro, direcionado à diretoria responsável por analisar as instituições de ensino fechadas.

 

Fernanda Garcia iniciou com um retrospecto do trabalho já desenvolvido pela comissão, lembrando que, segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo, o Colégio Cobra, onde teria estudado a assessora, nunca teve e não tem inscrição de polo presencial na cidade de Sorocaba, ao contrário do que foi informado pela defesa Tati Pólis. “As informações que temos é que o ensino médio à distância do Rio de Janeiro não poderia acontecer aqui”, afirmou a presidente Fernanda. “Além disso, já havia uma investigação em curso quando ela recebeu o documento. Todos os indícios reforçam a falta de credibilidade desse diploma”, completou.

 

Já a vereadora Iara Bernardi sugeriu que a CPI questione a Diretoria de Ensino e também o Conselho Estadual de Educação se essa instituição existia em Sorocaba e tinha permissão para o ensino médio à distância fora do Estado de Rio de Janeiro. “Muitas pessoas devem ter feito esse curso e possuírem o mesmo diploma”, afirmou.

 

Em seguida, o vereador Hudson Pessini afirmou que analisou a documentação enviada pela Corregedoria Municipal à Comissão Processante da Câmara, que também investiga o caso, e que não há na defesa nenhum tipo de diploma ou conclusão do ensino fundamental. “Pedi para que advogados me ajudasse a encontrar esse documento e também não conseguiram me apontar esse diploma. O que se tem é a prova de nivelamento”, afirmou.

 

Segundo Fernanda Garcia, a comissão continuará seu trabalho durante o recesso parlamentar que se inicia em 15 de julho com reuniões e oitivas transmitidas pela TV Legislativa, no canal 61.3 da TV aberta e pelo site da Câmara Municipal de Sorocaba (www.camarasorocaba.sp.gov.br).

 

A CPI - O objetivo da CPI é apurar atos do prefeito diante da denúncia da vice-prefeita Jaqueline Coutinho (PTB) sobre a escolaridade da assessora Tatiane Polis, dotada em cargo comissionado de nível superior.  Além de Fernanda, Iara e Hudson, os vereadores João Donizeti (PSDB), Renan Santos (PCdoB), Antonio Carlos Silvano Junior (PV), Fausto Peres (Podemos), Helio Brasileiro (PMDB) e Vitão do Cachorrão (PMDB), também fazem parte da CPI.

 

A CPI já esteve na Corregedoria do Município colhendo documentos e informações, além de questionar o Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro (CEE/RJ) que enviou documentos comprovando a proibição do Colégio Cobra prestar ensino à distância fora do Estado do Rio de Janeiro, além de informar o fechamento da instituição em 2008, após investigação de denúncias. Também concluiu que o colégio nunca teve polo presencial em Sorocaba.