20/07/2017 18h03


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possível crime de prevaricação por parte do prefeito José Crespo realizou na tarde desta quinta-feira, 20, oitiva com o corregedor-geral do município, Gustavo Barata. Além da presidente da CPI, vereadora Fernanda Garcia (PSOL), participaram da oitiva o relator Hudson Pessini (PMDB) e os vereadores Renan Santos (PCdoB), Iara Bernardi (PT), Francisco França (PT) e Péricles Régis (PMDB).

Respondendo a questionamentos dos parlamentares, Gustavo Barata falou sobre a tramitação das duas investigações realizadas pela corregedoria sobre a suposta falsificação de documentos por parte da assessora Tatiane Polis.

Segundo o depoente, a primeira investigação (motivada por uma denúncia anônima feita à vice-prefeita, Jaqueline Coutinho, e encaminhada à corregedoria), instaurada no dia 9 de maio e arquivada no dia seguinte, não encontrou irregularidades sobre os diplomas da assessora. “O requisito do cargo é nível superior, então é isso que se verifica”, afirmou Barata.

O corregedor explicou que entrou em contato com o diretor acadêmico da Faculdade Esamc, onde a assessora realizou curso de nível superior, e recebeu a confirmação de que a aluna teria colado grau na instituição e teria o ensino médio completo, requisito para ingresso na faculdade. Barata afirmou também que realizou uma pesquisa e encontrou no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro publicação da conclusão do ensino médio por parte de Tatiane Polis. O corregedor ressaltou que para uma investigação prosseguir, a denúncia precisa ter credibilidade, o que acredita não ter sido o caso na primeira ocasião. “Não se pode movimentar a máquina pública sem haver razão. Os primeiros elementos levavam a crer que a razão justificava o arquivamento, a informação da escola junto com a publicação no Diário Oficial”, concluiu Barata.

Já em relação à segunda investigação, instaurada após a discussão entre o prefeito José Crespo, a vice Jaqueline Coutinho e o secretário do Gabinete Central, Hudson Zuliani, o corregedor informou que o objeto era diferente: o diploma de ensino fundamental. Barata afirmou que pediu o desarquivamento da investigação e a concluiu na última segunda-feira, 17, com a recomendação da exoneração da assessora. Segundo ele, prefeito e vice ainda não tinham sido oficialmente informados da conclusão.

Questionado sobre a referida reunião no Paço, Barata confirmou que na ocasião houve alteração de ânimo entre as partes envolvidas, mas afirmou que, em sua opinião, não houve quebra de decoro por parte do prefeito.