10/10/2017 12h53
 

Padre Flávio entregou aos vereadores cópias do novo estatuto da Irmandade e da auditoria realizada na entidade. Também solicitou emendas parlamentares do Orçamento Impositivo para ajudar o hospital

 

O padre Flávio Miguel Júnior, atual diretor-presidente da Irmandade da Santa Casa, participou da sessão ordinária da Câmara nesta terça-feira, 10, para compartilhar a atual situação do hospital e o trabalho iniciado pelo novo grupo. Aos vereadores foram distribuídas pastas contendo o estatuto da Irmandade e o resultado da auditoria realizada. Também foi exibido um vídeo que mostra a precariedade das instalações do hospital e solicitado aos vereadores o repasse de verbas, através de emendas parlamentares do Orçamento Impositivo.

 

O padre explicou que a Igreja Católica se colocou à disposição do Governo Pannunzio no ano passado ante os problemas por quais estavam passando o hospital. “Todos sabermos da situação lamentável por qual passou a Irmandade nos últimos anos, com seis inquéritos civis abertos e dois na polícia federal”, disse, reforçando a isenção da atual diretoria “que não possui nenhum vínculo político-partidário”, segundo ele.

 

Também apresentou o novo estatuto da Irmandade, formada por 120 membros, registrado em cartório, contendo suas funções, responsabilidades e um organograma. O padre Flávio deixou claro que a Santa Casa, que é um patrimônio da população sorocabana, não será repassada à Igreja. “O nosso papel é de proteger a entidade para que não haja mais corrupção na Santa Casa”, afirmou, destacando ainda que foi contratada uma auditoria externa e que o balanço será apresentado em uma coletiva de imprensa convocada para esta tarde.

 

Apoio da Câmara - O vereador Renan Santos (PCdoB), que é presidente da Comissão de Saúde, se colocou à disposição da Irmandade e afirmou que a comissão irá visitar em breve o hospital. Em seguida, Hudson Pessini (PMDB) disse “que é impossível não se indignar com o que foi apresentado pelo padre”, reforçando a necessidade de se responsabilizar os culpados pelos desvios. Anselmo Neto (PSDB), que trabalhou 12 anos com o padre, reforçou sua competência e lembrou que neste ano cada vereador terá R$ 1,252 milhão para as emendas impositivas, sendo que metade deverá ser destinado à Saúde.

 

Questionado pelos vereadores sobre o convênio Santa Saúde, o padre respondeu que os conveniados estão sendo assistidos, mas não mais na Santa Casa, reforçando que o hospital hoje atende 100% SUS.  Cintia de Almeida (PMDB) quis saber se ainda existe o banco de leite humano na Santa Casa. Segundo o padre, o banco existe, mas não está funcionando, pois, a Vigilância Sanitária apontou problemas na ala neonatal que estão sendo resolvidos para que o banco possa ser reativado.

 

Como gestor de um serviço privado de saúde, o vereador Hélio Brasileiro falou sobre a dificuldade de se manter um hospital e da importância do papel da Santa Casa, onde trabalhou como plantonista. E assim como outros vereadores, o Pastor Apolo (PSB) se comprometeu em buscar apoio dos deputados de seu partido e também no repasse de emendas impositivas. Já a vereadora Iara Bernardi (PT) reforçou que o principal problema da Saúde em Sorocaba hoje é a falta de tratamento de radioterapia, lembrando a doação de dois aparelhos destinados pelo Ministério da Saúde.

 

Outros parlamentares como Irineu Toledo (PRB), Luis Santos (Pros), Wanderley Diogo (PRP), Fernanda Garcia (PSOL), Silvano Junior (PMDB), Fernando Dini (PMDB), Vitão do Cachorrão (PMDB), Péricles Régis (PMDB), José Francisco Martinez (PSDB) e Fausto Peres (Podemos) também demonstraram apoio à Irmandade e indignação com a situação do hospital, além de parabenizar o Padre Flávio pelo trabalho e pela transparência. Encerrando as manifestações, o presidente Rodrigo Manga (DEM) disse ser “unanima a confiança e credibilidade da Câmara e da população com o padre”. “Temos certeza que sua equipe fará o melhor trabalho na Santa Casa. A população vem sendo humilhada na área da saúde, é desesperador”, concluiu.