05/03/2018 17h21


Vereador Péricles recebeu denúncias dos próprios estagiários, que afirmam estar cumprindo rotinas que não dizem respeito às suas áreas; estudantes estariam sendo usados como “babás” de alunos especiais

Estudantes que deveriam estar atuando na rede municipal de ensino para ganhar bagagem num estágio, assumindo o papel de educadores para suprir a falta de professores e auxiliares de educação nas salas de aula de Sorocaba. Esta é a realidade que está sendo observada em diversas escolas da rede e que está chegando à Câmara nas últimas semanas, seja através de denúncia de pais, seja por queixa dos próprios estagiários. O vereador Péricles Régis (MDB) está enviando à Secretaria de Educação um requerimento onde questiona os casos de desvio de função dos estagiários. Em requerimento anterior ainda sem resposta, ele já havia perguntado sobre a contratação de auxiliares em falta na rede.

Num dos casos mais graves, uma estagiária buscou o vereador para denunciar que estudantes estão atuando como “babás” de crianças com deficiência, atuando fora de sua função e não garantindo o direito à inclusão destes alunos. “A estagiária me relatou que para estas crianças a educação inclusiva não existe. Basicamente o que fazem é pedirem para que os estagiários fiquem asseando com estas crianças pela escola para que os demais possam estudar normalmente em sala. A denunciante relatou inclusive que os estagiários têm que levar alunos especiais ao banheiro e limpá-los, tarefa que não seria de incumbência de estagiários. Estas tarefas seriam as únicas desempenhadas durante toda a jornada de estágio”, afirma Péricles. “Além da crian ça com deficiência não ser inclusa no processo de aprendizagem como preconiza o Ministério da Educação, estes estagiários estão sendo privados de adquirir a experiência que buscam junto aos educadores”, conclui. O vereador explica que A lei federal nº11.788, garante que o estágio é um ato educativo escolar supervisionado, “que visa a preparação de estudantes para o trabalho produtivo”.

O vereador relata que também são muitas denúncias de que em algumas escolas, estagiários assumem funções de professores ou auxiliares de educação em falta. “Segundo as diretrizes nacionais, cada sala infantil deveria ter pelo menos dois educadores, mas em algumas delas, os estagiários estão atuando como protagonistas e não como um apoio”, relata Péricles, que há duas semanas teve que mandar um ofício à Secretaria de Educação requisitando educadores para salas da CEI- 5 (Dr. Antônio Amábile), no Barcelona, onde apenas um professor estava atendendo até 30 crianças sozinho por classe. “A falta de educadores era tão flagrante, que a direção da escola chegou a solicitar que pais ficassem na escola após o horário de entrada para ajudar a cuidar dos alunos”, afirma o vereador.

No requerimento nº 329/2018, que ainda aguarda resposta da Prefeitura, Péricles já havia questionado quando de fato a Prefeitura vai chamar os auxiliares de educação que foram aprovados em concurso ainda vigente, já que é visível que há uma demanda reprimida por estes profissionais. Os argumentos do requerimento são corroborados por informações veiculadas pela mídia no último final de semana sobre um relatório que o Sindicato dos Servidores está encaminhando ao Ministério Público justamente relatando o trabalho irregular dos estagiários para suprir a falta de educadores.

(Assessoria de imprensa – vereador Péricles Régis – MDB)