Autarquia alega que trocas seguem determinação
do Inmetro, mas segundo Péricles, portaria que normatiza operação dos
hidrômetros não determina renovação obrigatória de equipamentos
O Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) está realizando a troca de hidrômetros com mais de cinco anos de uso alegando que tal determinação parte do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), no entanto a medida está sendo questionada pelo vereador Péricles Régis (MDB), que afirma que a portaria nacional que regulamenta a questão dos hidrômetros não especifica a troca obrigatória, mas sim a verificação dos equipamentos a cada cinco anos. O vereador está encaminhado à autarquia um requerimento solicitando detalhes sobre o procedimento, que afetará milhares de imóveis.
O Saae noticiou que realizará a substituição de 40 mil hidrômetros em Sorocaba até o final deste ano. A medida seria parte do plano de ação da autarquia que visa a redução de perdas, tanto de água tratada como de receita. Entre janeiro e março cerca de nove mil hidrômetros já teriam sido trocados. “A população está apreensiva porque associa a troca dos hidrômetros à mudança na medição e consequente aumento da tarifa. Dezenas de munícipes já me procuraram e se mostram relutantes porque dizem que quem tem o equipamento trocado, começa a pagar mais”, relata o vereador. Atualmente Sorocaba possui em operação cerca de 220 mil hidrômetros.
Péricles diz que há divergências em relação à informação que está sento fornecida pelo Saae de que a substituição dos hidrômetros deve ser feita obrigatoriamente a cada cinco anos seguindo indicação do Inmetro. Segundo Péricles, a Portaria nº 246 de 17 de outubro de 2000 do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial prevê em seu artigo 8 que as verificações periódicas e eventuais sejam realizadas em intervalos estabelecidos não superiores a cinco anos, mas não cita prazos de substituição. “Acredito que a troca deva ser feita mediante avaliação do estado do hidrômetro e não simplesmente levando em conta sua idade, pois não é o que regulamenta o Inmetro”, alega o vereador. A estimativa da autarquia é de que o montante de perdas, tanto de água como de receita, é de 38% - dos quais cerca de 50% seriam relativos ao não pagamento adequado pelos volumes consumidos. De acordo com o Saae, hidrômetros antigos têm a tendência de medição "para menos".
Em seu requerimento o vereador coloca o testemunho de munícipes que relatam cobranças supostamente exageradas começando de maneira repentina. “Minhas contas vinham no valor de 30 a 40 reais. Em fevereiro veio 280 reais. Comecei a fechar o registro, só abrindo para tomar banho, cozinhar e lavar roupas. Em março veio 183 reais”, diz o relato de uma reclamante, transcrito no requerimento de Péricles. “Ninguém pode pagar a menos do que consome, porém nenhuma pessoa pode ser cobrada indevidamente pela água que não usa. Quero garantir que seja cobrado o justo”, finaliza. O requerimento questiona ainda o custo estimado do Saae com a troca dos 40 mil hidrômetros, além de questionar se a autarquia pode dar mais transparência ao processo de cobrança para deixar os critérios mais claros aos munícipes.
(Assessoria de imprensa – vereador Péricles Régis – MDB)