21/05/2018 12h21

Presidida pelo vereador João Donizeti Silvestre (PSDB), a comissão irá analisar o relatório e pretende discuti-lo, posteriormente, em audiência pública com a participação das entidades defensoras dos direitos dos animais

 

O condicionamento de macacos por meio da prática de submergi-los na água, apelidada de “caldo de macaco”, e a aplicação de medicamento vencido foram as duas denúncias de maus-tratos de animais no Zoológico Quinzinho de Barros consideradas com indícios suficientes pela Corregedoria Geral do Município, que entregou o relatório final de sua apuração à Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal, presidida pelo vereador João Donizeti Silvestre (PSDB), em reunião realizada na manhã desta segunda-feira, 21, na Sala de Reuniões da Casa. A vereadora Iara Bernardi (PT), que também integra a comissão, participou da reunião com o corregedor Carlos Alberto de Lima Rocco Júnior, que esteve acompanhado de José Roberto Florio.

 

Também foi apurada denúncia de fornecimento de presas vivas para os animais e alimentação estragada. Segundo a Corregedoria, não se constatou procedência nessas denúncias, uma vez que os animais feridos, geralmente em brigas ou por se coçarem, estavam sendo devidamente tratados pelos veterinários. Quanto às presas vivas, a Corregedoria constatou que alguns animais dependem de presas vivas e rejeitam presas abatidas, sendo essa uma prática validada tecnicamente. Já a imersão de macacos em água para incutir-lhes medo era uma prática antiga, segundo a Corregedoria, mas foi constatada e, juntamente com a ministração de medicamentos vencidos, terá prosseguimento com a abertura de processo administrativo para apurar os casos, que envolvem um biólogo, no caso dos macacos, e um veterinário, no caso dos medicamentos vencidos. A Corregedoria Geral irá encaminhar o relatório para os respectivos conselhos profissionais de Biologia e Veterinária, entre outras instituições.

 

“Vamos analisar o relatório e, posteriormente, iremos convocar as entidades ligadas à defesa dos direitos dos animais, juntamente com o secretário do Meio Ambiente e o corregedor-geral, para que sejam feitos todos os questionamentos sobre o relatório que se fizerem necessários”, afirma João Donizeti. Quanto às denúncias, o parlamentar afirma que é preciso ter muito cuidado para não se cometer injustiça contra os servidores, uma vez que, no caso de medicamento vencido, por exemplo, ministrá-lo pode ter sido uma tentativa de salvar o animal, na falta de medicamento dentro do prazo de validade. “Mas já está claro que é preciso melhorar as condições do Zoológico, comprando medicamentos, por exemplo”. Juntamente com a vereadora Iara Bernardi, o vereador defendeu que é preciso também “discutir o Zoológico conceitualmente, filosoficamente, em face dos direitos dos animais, que precisam ser resguardados”.

 

Acompanhamento – Desde que surgiram as denúncias de maus-tratos de animais no Zoológico, a Comissão de Meio Ambiente da Casa – presidida por João Donizeti Silvestre (PSDB) e formada por Iara Bernardi (PT) e Vitão do Cachorrão (PMDB) – acompanha o caso e encaminhou requerimento à Secretaria de Meio Ambiente cobrando a apuração das denúncias. Em 26 de março último, a comissão se reuniu com o corregedor-geral Carlos Alberto de Lima Rocco Junior e o secretário do Meio Ambiente, Jessé Loures, quando cobrou esclarecimentos sobre a apuração das denúncias. O ex-vereador e ambientalista Gabriel Bitencourt e ativistas da causa animal também participaram da reunião. Na ocasião, o corregedor se comprometeu e concluir o relatório em 45 dias e entregá-lo à comissão neste mês de maio, o que ocorreu nesta segunda-feira.