Um simples exame de sangue que demora meses para ser realizado, mamografias que levam anos para atender pacientes que tiveram câncer e deveriam passar pelo exame periodicamente, consultas que levam longa espera para acontecer e não podem ter mais do que 15 minutos de duração, segundo informações dos próprios médicos. Estes são alguns dos problemas enfrentados por quem depende de um diagnóstico nas unidades municiais da saúde pública em Sorocaba. Um requerimento do vereador Péricles Régis (MDB), cobra informações sobre estes atendimentos para mapear os gargalos causados pela falta de funcionários e cobrar contratações nas áreas mais carentes da medicina diagnóstica.
O vereador ressalta que problemas envolvendo a dificuldade de acesso à saúde pública representam a maior demanda atendida em seu gabinete, sendo a fila de espera por exames e procedimentos um dos principais problemas. No relato de um munícipe, fica claro como essa morosidade afeta as famílias: “Minha mãe ficou quase dois anos para marcarem sua mamografia pelo SUS na UBS, mas como ela teve câncer de útero, deveria, segundo ordem médica, fazer esse tipo de exame diagnóstico anualmente para saber se o câncer não voltou e se espalhou”, relata. A mesma denunciante afirma que o médico que faz o acompanhamento de sua mãe deveria ver todos os exames simultaneamente, no entanto a validade do papanicolau realizado expirou antes que a mamografia fosse realizada.
Em outro relato, uma pessoa conta que ao se dirigir a unidades municipais de saúde precisa aguardar horas para pegar uma senha para marcar consulta com um especialista. “O problema é que muito frequentemente as senhas de consulta terminam antes, fazendo com que as pessoas percam seu tempo e tenham que retornar na próxima data de agendamento para encarar esse processo penoso novamente”, afirma o vereador. A demora atinge não somente exames elaborados, como também os mais simples. Uma munícipe relata que seu filho passou pelo médico dia 6 de março e só conseguiu um exame de sangue para 19 de julho.
O vereador afirma que vários munícipes que o procuraram foram orientados pelos próprios médicos a ligar para o telefone 156 da Prefeitura para reclamar da falta de profissionais para realizar os exames. Outros médicos teriam relatado que recebem ordem de não exceder o tempo de consulta em 15 minutos. “A falta de profissionais gera um efeito cascata onde diagnósticos e tratamentos demoram a sair, podendo agravar muito a situação de pacientes que entram pela porta do atendimento público com casos tratáveis e muitas vezes precisam lidar com quadros muito graves quando finalmente retornam ao médico com os exames solicitados em mãos”, protesta o vereador. “Além disso o atendimento apressado dá margem para erros de avaliação, até porque o paciente fica sem tempo para descrever o que está sentindo” complementa.
Em seu requerimento, o vereador Péricles pergunta os prazos atuais para cada tipo de exame e pergunta se existe algum protocolo especial para pacientes que tiveram câncer, por exemplo, e precisam passar exames rotineiramente. Péricles também pergunta sobre a especificação que limita as consultas em 15 minutos. Em caso de confirmação, Péricles quer detalhes sobre os protocolos aplicados e em que casos o tempo de atendimento é ampliado. Em outro trecho do requerimento, o vereador pergunta especificamente sobre os profissionais atualmente em falta na rede, pedindo o detalhamento a respeito das especialidades e quantidade de cargos não ocupados.
Por fim, o vereador também solicita prazos atuais para realização de exames laboratoriais e questiona se a demora por exames simples, como um hemograma, é fruto de uma dificuldade pontual ou da falta de profissionais.
(Assessoria de imprensa – vereador Péricles Régis – MDB)