13/06/2018 17h53

Contrato com entidade gestora termina em 30 dias e será estudada uma viabilidade jurídica para resolver a questão

 

Na sequência da audiência pública para apresentação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019, realizada nesta quinta-feira, o quarto representante do executivo a falar foi a secretária de Saúde, Marina Elaine Pereira, que abordou as perspectivas e planos da pasta para o próximo ano. Durante a apresentação, a secretária se comprometeu a estudar uma viabilidade jurídica para evitar o fechamento da UPH da Zona Leste, prevista para o dia 14 de julho, e principal reivindicação dos parlamentares. Estiveram presentes os vereadores Hudson Pessini (MDB), que preside a audiência, Fernanda Garcia (PSOL), Luis Santos (PROS), Engenheiro Martinez (PSDB), Fernando Dini (MDB), Iara Bernardi (PT), Wanderley Diogo (PRP), Renan Santos (PC do B) e Silvano Junior (PV), além do secretário da fazenda, Marcelo Duarte Regalado.

Questionada pelo vereador Fernando Dini se a UPH da Zona Leste iria fechar, a secretária Marina afirmou que sim, por conta do encerramento e impossibilidade de prorrogar o contrato com a entidade gestora da unidade. Wanderley Diogo lembrou da luta da população e dos vereadores para abrir aquela UPH e Anselmo Neto perguntou se não haveria uma possibilidade jurídica para não fechar a unidade. Porém, no decorrer da audiência, a secretária recebeu uma informação que tranquilizou os vereadores. “Amanhã vamos nos reunir com a doutora Cristina Palma (promotora do Ministério Público) para avaliar a excepcionalidade do contrato. A vontade é que não feche”, afirmou.

Quadro de funcionários

A vereadora Fernanda Garcia iniciou a sabatina questionando a secretária sobre o aumento de 5% de investimento para fortalecimento na saúde básica do município, que segundo a vereadora, seria baixo, considerando que a área seria o foco da reestruturação da saúde. Marina Pereira explicou que vai realizar um remanejo de servidores para a atenção básica, com o início das gestões compartilhadas em determinadas unidades de saúde.

Em relação ao remanejamento, a vereadora Iara perguntou se os profissionais estão sabendo da iniciativa da secretaria e que o Sindicato dos Médicos não informou isso. A secretária diz que o antigo secretário havia passado essa informação aos servidores. Iara afirmou que nenhum plano foi apresentado, com etapas e regras para o funcionalismo. O vereador Engenheiro Martinez questionou sobre os médicos especialistas que poderiam ser alocados em áreas de atenção básica, e citou como exemplo um ortopedista atender sem contar com um aparelho de raio-x, e sugeriu convênio com a Santa Casa para realocar esses profissionais. Segundo a secretária, são 44 especialistas atualmente, e que a situação está sendo analisada.

O vereador Engenheiro Martinez ainda lembrou que foi dito durante visita da secretária com técnicos da pasta, a construção de uma nova UBS e que não consta na LDO. A secretária disse que a iniciativa aparece nas emendas e que será construída. Luis Santos contou que o ex-secretário, Ademir Watanabe, de saúde havia falado sobre uma nova UBS, mas que nada por escrito foi apresentado.

Fernanda também questionou o número de vagas abertas com a aposentadoria de servidores na área da saúde e se a secretaria tem previsão de contradar novos funcionários. A secretária de Saúde informou que foi autorizada pelo prefeito a chamar auxiliares administrativos e que depois de implantada a reestruturação da saúde vai avaliar a necessidade de mais profissionais. Segundo Marina, 271 funcionários se aposentaram, que representam vagas abertas na folha de pagamento, sendo que dentro desse número 48 são médicos e 58 profissionais de enfermagem.

Gestão compartilhada

Iara questionou o item “Inovação e conservação”, que consta na lista de ações da Secretaria de Saúde e consome 390 milhões, quase todo o orçamento da pasta. A secretaria diz que quase 50% é folha de pagamento. Fernanda Garcia pediu mais detalhamento das ações. “É um valor alto para se investir, caberia apresentar item por item o que será aprovado”. Hudson Pessini lembrou que o que não estiver especificado na LDO não pode ser apresentado na LOA (Lei Orçamentária Anual). “E ai teria uma complicação futura”, afirmou.

O vereador Renan Santos, presidente da comissão de Saúde da Câmara, disse que o ex-secretário de Saúde apresentou o plano de reestruturação da saúde, que valoriza o atendimento de base, mas que não constava tudo o que seria feito, como a questão da terceirização. Hudson destacou que pela legislação é obrigatória na LDO apresentar todos os dados. Fernanda Garcia também apontou que os editais da prefeitura para a gestão das UPHs da Zona Norte e Zona Oeste apresentam um valor maior do que a prefeitura gasta atualmente. “O valor pode chegar a R$ 44 milhões por unidade de saúde, mais do que os R$ 35 milhões anuais gastos hoje pela prefeitura”, afirma. A secretária justificou dizendo que o edital especifica que o número de atendimentos nas unidades deve dobrar em relação ao atual, por isso o valor maior.

O vereador Silvano Junior perguntou sobre o aumento do número de ambulâncias para atendimento da população e a inauguração da rede Lucy Montoro em Sorocaba. O secretário Marcelo Regalado afirmou que recebeu recursos para compra de duas ambulâncias e que há um contrato em vigor de locação de quatro vans e dois ônibus para atender os pacientes de diálise. Sobre a rede Lucy Montoro, a secretária disse que não há previsão.

Iara questionou se haverá votação da LDO, mesmo com a falta de detalhes no documento, também criticada pela vereadora Fernanda. Hudson concordou que o projeto apresenta falhas, as quais podem ser corrigidas com emendas. Ficou agendada uma reunião na próxima quarta-feira, às 10h, com o secretário Marcelo Regalado, para resolver as pendências antes do projeto ser apresentado para a segunda votação.