Contrato com entidade gestora termina em 30 dias e será estudada uma viabilidade jurídica para resolver a questão
Na sequência da audiência
pública para apresentação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para
2019, realizada nesta quinta-feira, o quarto representante do executivo a falar
foi a secretária de Saúde, Marina Elaine Pereira, que abordou as perspectivas e
planos da pasta para o próximo ano. Durante a apresentação, a secretária se
comprometeu a estudar uma viabilidade jurídica para evitar o fechamento da UPH
da Zona Leste, prevista para o dia 14 de julho, e principal reivindicação dos
parlamentares. Estiveram presentes os vereadores Hudson Pessini (MDB), que preside
a audiência, Fernanda Garcia (PSOL), Luis Santos (PROS), Engenheiro Martinez
(PSDB), Fernando Dini (MDB), Iara Bernardi (PT), Wanderley Diogo (PRP), Renan
Santos (PC do B) e Silvano Junior (PV), além do secretário da fazenda, Marcelo
Duarte Regalado.
Questionada pelo vereador Fernando
Dini se a UPH da Zona Leste iria fechar, a secretária Marina afirmou que sim, por
conta do encerramento e impossibilidade de prorrogar o contrato com a entidade
gestora da unidade. Wanderley Diogo lembrou da luta da população e dos
vereadores para abrir aquela UPH e Anselmo Neto perguntou se não haveria uma
possibilidade jurídica para não fechar a unidade. Porém, no decorrer da
audiência, a secretária recebeu uma informação que tranquilizou os vereadores.
“Amanhã vamos nos reunir com a doutora Cristina Palma (promotora do Ministério
Público) para avaliar a excepcionalidade do contrato. A vontade é que não feche”,
afirmou.
Quadro
de funcionários
A vereadora Fernanda Garcia iniciou
a sabatina questionando a secretária sobre o aumento de 5% de investimento para
fortalecimento na saúde básica do município, que segundo a vereadora, seria baixo,
considerando que a área seria o foco da reestruturação da saúde. Marina Pereira
explicou que vai realizar um remanejo de servidores para a atenção básica, com
o início das gestões compartilhadas em determinadas unidades de saúde.
Em relação ao remanejamento,
a vereadora Iara perguntou se os profissionais estão sabendo da iniciativa da
secretaria e que o Sindicato dos Médicos não informou isso. A secretária diz
que o antigo secretário havia passado essa informação aos servidores. Iara
afirmou que nenhum plano foi apresentado, com etapas e regras para o
funcionalismo. O vereador Engenheiro Martinez questionou sobre os médicos
especialistas que poderiam ser alocados em áreas de atenção básica, e citou
como exemplo um ortopedista atender sem contar com um aparelho de raio-x, e
sugeriu convênio com a Santa Casa para realocar esses profissionais. Segundo a
secretária, são 44 especialistas atualmente, e que a situação está sendo analisada.
O vereador Engenheiro
Martinez ainda lembrou que foi dito durante visita da secretária com técnicos
da pasta, a construção de uma nova UBS e que não consta na LDO. A secretária disse
que a iniciativa aparece nas emendas e que será construída. Luis Santos contou
que o ex-secretário, Ademir Watanabe, de saúde havia falado sobre uma nova UBS,
mas que nada por escrito foi apresentado.
Fernanda também questionou o
número de vagas abertas com a aposentadoria de servidores na área da saúde e se
a secretaria tem previsão de contradar novos funcionários. A secretária de
Saúde informou que foi autorizada pelo prefeito a chamar auxiliares
administrativos e que depois de implantada a reestruturação da saúde vai
avaliar a necessidade de mais profissionais. Segundo Marina, 271 funcionários
se aposentaram, que representam vagas abertas na folha de pagamento, sendo que
dentro desse número 48 são médicos e 58 profissionais de enfermagem.
Gestão
compartilhada
Iara questionou o item
“Inovação e conservação”, que consta na lista de ações da Secretaria de Saúde e
consome 390 milhões, quase todo o orçamento da pasta. A secretaria diz que
quase 50% é folha de pagamento. Fernanda Garcia pediu mais detalhamento das
ações. “É um valor alto para se investir, caberia apresentar item por item o
que será aprovado”. Hudson Pessini lembrou que o que não estiver especificado
na LDO não pode ser apresentado na LOA (Lei Orçamentária Anual). “E ai teria
uma complicação futura”, afirmou.
O vereador Renan Santos,
presidente da comissão de Saúde da Câmara, disse que o ex-secretário de Saúde apresentou
o plano de reestruturação da saúde, que valoriza o atendimento de base, mas que
não constava tudo o que seria feito, como a questão da terceirização. Hudson destacou
que pela legislação é obrigatória na LDO apresentar todos os dados. Fernanda
Garcia também apontou que os editais da prefeitura para a gestão das UPHs da
Zona Norte e Zona Oeste apresentam um valor maior do que a prefeitura gasta
atualmente. “O valor pode chegar a R$ 44 milhões por unidade de saúde, mais do
que os R$ 35 milhões anuais gastos hoje pela prefeitura”, afirma. A secretária
justificou dizendo que o edital especifica que o número de atendimentos nas
unidades deve dobrar em relação ao atual, por isso o valor maior.
O vereador Silvano Junior perguntou
sobre o aumento do número de ambulâncias para atendimento da população e a
inauguração da rede Lucy Montoro em Sorocaba. O secretário Marcelo Regalado afirmou
que recebeu recursos para compra de duas ambulâncias e que há um contrato em
vigor de locação de quatro vans e dois ônibus para atender os pacientes de
diálise. Sobre a rede Lucy Montoro, a secretária disse que não há previsão.
Iara questionou se haverá votação
da LDO, mesmo com a falta de detalhes no documento, também criticada pela
vereadora Fernanda. Hudson concordou que o projeto apresenta falhas, as quais
podem ser corrigidas com emendas. Ficou agendada uma reunião na próxima quarta-feira,
às 10h, com o secretário Marcelo Regalado, para resolver as pendências antes do
projeto ser apresentado para a segunda votação.