27/07/2018 16h30


Hoje crianças são atendidas na Zona Oeste e adultos na Norte, mas a Prefeitura diz que os dois públicos podem ser atendidos nas unidades, que se encarregariam da transferência se necessário

Já virou referência entre a população: crianças que precisam de atendimento de urgência e emergência devem ser levadas por seus responsáveis para a Unidade de Pré-Atendimento da Zona Oeste e adultos que precisam de ajuda devem ir para a UPH Norte. Porém, em resposta a um requerimento do vereador Péricles Régis (MDB) a respeito do cumprimento da promessa de campanha do governo Crespo que previa o retorno do atendimento misto nas duas unidades, a Prefeitura alega que ambas já estariam aptas a prestar atendimento aos dois públicos. O vereador contrapõe a resposta oficial, defendendo que as unidades não estão preparadas para tal.

Segundo Péricles, o plano anunciado pelo atual prefeito durante as eleições era o de estruturar as duas unidades, possibilitando que tanto crianças quanto adultos fossem atendidos em ambas, como acontecia anos atrás. “Hoje em dia as famílias que precisam de atendimento para suas crianças muitas vezes saem da Zona Norte e peregrinam até a Zona Oeste porque sabem que é lá que as crianças são atendidas. O mesmo ocorre com adultos que saem da Zona Oeste para se deslocar até a Zona Norte. O plano de governo previa uma melhor estruturação das duas UPHs, com médicos clínicos e pediatras, para então torna-las mistas. Na resposta que me foi enviada a Prefeitura alega que as unidades estão aptas a esse atendimento, porém de uma forma completamente diferente da divulgada em campanha”.

Em resposta ao requerimento nº1424, de 2018, o Executivo informa que “uma vez concentrados os médicos pediatras na UPH Zona Oeste, pensando em não sobrecarregar a unidade, fora concentrado atendimento de médicos clínicos na UPH Zona Norte, porém, o adulto que chegar na Zona Oeste ou a criança que chegar na Zona Norte passarão por consulta médica após triagem, acolhimento e avaliação de risco. Posterior eles serão transferidos, com a intenção de serem tratados por especialista ao seu caso, garantindo excelência no atendimento e no tratamento”.

Para Péricles, a orientação passada pela Prefeitura em resposta ao requerimento geraria caos se fosse seguida à risca pela população. “Hoje, só atendendo os públicos a que foram destinadas, as duas UPHs já trabalham no limite, imagina se elas absorvessem mais pacientes. Além disso vemos inúmeros casos de pessoas que não conseguem ambulância para transporte no dia a dia. De que forma a Secretaria de Saúde acha ser possível ficar baldeando crianças e adultos de uma unidade para outra? E não é só isso. Como a população encararia o fato de um adulto ser atendido por um pediatra na Zona Oeste, por exemplo?”, questiona.

Péricles afirma que o que se vendeu durante a campanha é de que haveria uma estrutura para que todo o atendimento fosse prestado nas próprias unidades, sem necessidade de transferência entre uma e outra. “O que a Prefeitura propõe, através da resposta a esse requerimento, é um quebra galho que tumultua ainda mais o já complicado atendimento nas duas unidades”.

Na continuidade da resposta, a própria Prefeitura assume o déficit de médicos. O Executivo afirma que hoje a UPH Oeste conta com 32 pediatras na escala e nenhum clínico, enquanto que a unidade Norte tem 46 clínicos gerais e nenhum pediatra. “O que fica claro é que na prática, a proposta de campanha era mais eleitoreira do que passível de implantação em razão da falta de profissionais com a qual o governo lida atualmente”, conclui Péricles.

(Assessoria de imprensa – vereador Péricles Régis – MDB)