Projeto que criaria o Cadastro Informativo Municipal (Cadin) é arquivado. Já as propostas de concessão de área para o BRT e a criação do Instituto de Planejamento de Sorocaba (Iplaso) foram retiradas de pauta
Em sessões extraordinárias
realizadas logo após a sessão ordinária desta quinta-feira, 27, a Câmara
Municipal de Sorocaba rejeitou, por unanimidade, o Projeto de Lei nº 95/2018, de
autoria do Executivo, que tratava de mudança na concessão de licença-prêmio
para os servidores públicos municipais, com o objetivo, segundo o Executivo, de
combater “os altos índices de absenteísmo do funcionalismo público municipal”. A
proposta alteraria a redação do inciso I e da alínea “c” do inciso II do artigo
94, bem como acrescentaria parágrafo único ao mesmo artigo 94 da Lei 3.800, de
2 de dezembro de 1991 (Estatuto dos Servidores Públicos Municipais). Também
revogaria expressamente o artigo 3º da Lei 9.596, de 24 de maio de 2011.
O vereador Hudson Pessini
(MDB), defendeu a rejeição por não concordar com a proposta que reduziria de 90
para 30 o total de faltas permitidas para que o servidor tenha o direto de licença-prêmio.
Da mesma forma, Anselmo Neto (PSDB) destacou que, com a proposta, qualquer
penalidade administrativa influenciaria na perda da licença prêmio, o que
prejudicaria ainda mais o servidor. Líder do governo, o vereador Irineu Toledo
(PRB) também foi contra a proposta e alegou que o projeto retiraria direito
adquirido dos funcionários públicos, sendo que uma lei não pode retroagir para
prejudicar ninguém. Ele explicou que a prefeitura fez a proposta por conta do
alto número de atestados apresentados, mas tirar direito de uma maioria, por
culpa de uma minoria, seriam injusto.
Os vereadores Toninho
Corredor (Patri) e Silvano Jr (PV) defenderam manter o direito dos
trabalhadores, assim como Wanderlei Diogo (PRP), Vitão do Cachorrão (MDB),
Fausto Peres (Podemos) e o presidente da Câmara, Rodrigo Manga (DEM). Já a
vereadora Iara Bernardi (PT) lembrou ainda que o prefeito não discutiu com o
sindicato nem dialogou com os servidores para apresentar o projeto. “É um
desrespeito com o funcionalismo”. Péricles Régis (MDB) destacou que é preciso
pensar em plano de carreira para os servidores “para motivar o funcionalismo,
principalmente os que tratam diariamente com a população”. A vereadora Fernanda Garcia (Psol) ainda
criticou as condições de trabalho de alguns servidores e que a proposta é uma
ofensa à categoria.
Cadin
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Abrindo as sessões, o Projeto de Lei nº 13/2018, de autoria do Executivo, que
criaria o Cadastro Informativo Municipal (Cadin), para conter as pendências de
pessoas físicas e jurídicas perante órgãos e entidades da Administração Pública
Direta e Indireta do Município, foi arquivado. O pedido partiu do vereador
Francisco França (PT), líder do partido, e foi aprovado pelo plenário. França
defendeu que a proposta iria negativar o nome das pessoas que devem tributos
municipais, quando já basta o SPC e o Serasa.
Já o projeto de lei nº
146/2018, de autoria do Executivo, que cria o Instituto de Planejamento de
Sorocaba (Iplaso), vinculado à Secretaria de Planejamento e Projetos e
qualificado como “Agência Executiva”, com o objetivo de coordenar o processo de
planejamento e monitoramento urbano da cidade, compatibilizando as ações do
Município com as da região metropolitana em busca do desenvolvimento
sustentável, foi retirado da pauta de votação. O vereador Engenheiro Martinez
informou que o parecer da Comissão de Justiça é de inconstitucionalidade da
proposta, por estar vinculada à Seplam (Secretaria de Planejamento). O líder do
governo, Irineu Toledo, pediu então a retirada do projeto para ser encaminhado à
oitiva do executivo.
Por último, o Projeto de Lei
nº 169/2018, de autoria do Executivo, que concede à BRT Sorocaba Concessionária
de Serviços Públicos direito real de uso de um terreno rural de 26 mil metros
quadrados, situado na Avenida Ipanema, a ser utilizado pela empresa para
instalação da garagem dos veículos que irão compor o sistema, foi retirado de
pauta mais uma vez. Na sessão de 21 de agosto, o projeto já havia sido retirado
pelo líder do governo, vereador Irineu Toledo (PRB) e recebeu duas emendas do
vereador Engenheiro José Francisco Martinez (PSDB). A Emenda nº 1 estabelece
que a concessionária do BRT fica obrigada a doar ao município uma área cujo
valor seja semelhante ao valor do imóvel concedido, enquanto a Emenda nº 2
determina a concessionária a diluir 50% do valor do imóvel ora concedido no
prazo de dez anos, em forma de subsídio, para baratear a passagem. Já na sessão
de 13 de setembro, o projeto voltou a ser discutido, quando foi retirado de
pauta novamente, mais uma vez a pedido do líder do governo, e saiu de pauta
novamente, por conta da apresentação de uma emenda do vereador Péricles Régis
(MDB).
De acordo com o projeto, a
concessão de uso, pelo prazo de 20 anos, será onerosa para a empresa, que
deverá pagar todas as taxas e tributos incidentes sobre o imóvel, inclusive as
despesas com a escritura de concessão. Além disso, todas as benfeitorias feitas
pela concessionária no imóvel reverterão em favor do município ao término do
prazo de concessão, não cabendo à empresa qualquer indenização, ressarcimento
ou retenção de bens.
Na exposição de motivos do
projeto, o Executivo alega que a área inicialmente prevista para a construção
da garagem era um terreno localizado na Avenida Antonio Silva Saladino, que
seria objeto de desapropriação. No entanto, como essa área já estava ocupada
por famílias, que construíram casas no local, a Prefeitura resolveu buscar
outra área, para evitar o despejo dessas famílias. A solução encontrada foi
utilizar a área da Avenida Ipanema, originalmente desapropriada na
administração passada com o objetivo de que ali se construísse o Hospital
Publico Municipal. Com parecer favorável da Comissão de Justiça, o projeto vem
sendo objeto de debates na Casa, inclusive em audiência pública promovida pelo
vereador Francisco França (PT) em 14 de agosto último, com a presença do
secretário de Mobilidade, Luiz Alberto Fioravante.