Em resposta a requerimento do vereador Péricles Régis (MDB), relator da CPI da Merenda, Executivo afirma ter edital pronto
A Prefeitura de Sorocaba vai
publicar ainda na primeira semana de janeiro de 2019 o edital para a
contratação de empresa responsável pelo fornecimento de merenda para a rede de
ensino da cidade. Atualmente, o contrato é mantido de forma emergencial com
fornecedora envolvida em irregularidades investigadas pela CPI da Merenda
realizada pela Câmara.
A data de publicação do edital foi informada em
resposta a requerimento do vereador e relator da CPI, Péricles Régis (MDB), que
questionou os trâmites envolvendo a contratação, uma vez que o prazo do
contrato emergencial expira em fevereiro.
Na
resposta, o Executivo informa que o termo de referência está pronto e também
explica que as sugestões feitas pela CPI foram seguidas para a elaboração do
edital. Entre as mudanças, foi alterado o modelo de prato servido para
aquisição de gêneros. O relatório final da CPI destacou que a mudança realizada
em 2016 no modelo de contrato da merenda, prevendo o pagamento pela quantidade
de pratos servidos, possibilita irregularidades e dificulta a fiscalização.
Péricles também perguntou se
o município está tomando as precauções para que não seja necessário novo
contrato emergencial. O Executivo se limitou a dizer que somente será
necessário contrato emergencial se surgirem imprevistos que atrapalhem o rito
normal do processo licitatório. “Estamos cobrando este edital há tempos e agora
o prazo é curto. A contratação via novo edital é fundamental para que as
mudanças apontadas pela CPI sejam colocadas em prática, reduzindo a chance de
irregularidades e práticas que causem danos ao erário”, afirma o vereador. “É
praticamente impossível que a licitação seja concluída antes do fim do contrato
emergencial, pois as empresas participantes sempre entram com recursos”,
critica o vereador.
A CPI da
Merenda, em seu relatório final, fez apontamentos de diversas irregularidades
nos contratos firmados pela Prefeitura Municipal a partir do ano de 2016. O
documento, com 141 páginas, foi encaminhado ao Executivo e também à Polícia
Federal, ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Educação. A comissão
concluiu que a falta de descontos dos gêneros alimentícios da agricultura
familiar, que motivaram a criação da comissão, ocorria desde o ano de 2016,
quando dois contratos emergenciais foram realizados com a empresa Apetece. Os
desvios causaram prejuízo da ordem de R$ 1.734.451,15. O relatório indicou que
o problema não foi mera casualidade. Por meio de depoimentos de 31 pessoas e
análise de documentos, inclusive com a colaboração de uma auditoria
especializada e da Polícia Federal, a CPI apontou uma série de outras
irregularidades envolvendo servidores públicos, secretários municipais e
prefeitos, tais como: falsidade ideológica, falsa identidade, corrupção
passiva, falso testemunho, prevaricação, tráfico de influência, corrupção
ativa, fraude em processo licitatório e na execução do contrato, atrasos
intencionais na abertura de editais e assédio moral.
(Assessoria
de imprensa – vereador Péricles Régis – MDB)