Empresa CBA mantém duas barragens semelhantes às de Brumadinho (MG) no município de Alumínio. Com capacidade para 30 milhões de metros cúbicos de rejeitos e histórico de vazamentos, barragens preocupam Péricles Régis (MDB)
Na região de Sorocaba, no município de Alumínio, há duas barragens com capacidade para mais de 30 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Diante de acidentes com estruturas semelhantes em Mariana (MG), em 2015, e recentemente no município de Brumadinho (MG), o vereador Péricles Régis (MDB) encaminhará à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) um ofício cobrando detalhes sobre as condições das barragens que a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) mantém a 25 quilômetros de Sorocaba. Segundo informações da própria Cetesb, as barragens da região já registraram dois vazamentos de menores proporções nos últimos anos.
A bauxita usada na produção de Alumínio é trazida para a região por trens vinda das cidades mineiras de Itamarati e Poços de Caldas e de Barro Alto, em Goiás. No município de Alumínio ela é moída e processada com a adição de soda cáustica para a obtenção do hidrato de alumínio. Desse processo, sobra um rejeito conhecido como “lama vermelha”, que é bombeado para os dois reservatórios que ficam próximos a Sorocaba. Eles foram criados na década de 1970, sendo que a maior barragem teve construção concluída em 1989 e sofreu ampliação em anos seguintes, possuindo atualmente 976 metros de extensão, 100 metros de altura e capacidade de armazenar 30 milhões de metros cúbicos de rejeitos.
“A barragem de Brumadinho tinha uma capacidade de menos de 13 milhões de metros cúbicos, então precisa haver garantias de que não exista a possibilidade de rompimento nas barragens daqui, uma vez que vimos o poder de destruição que os acidentes em Minas Gerais causaram às comunidades locais”, afirma Péricles Régis. Além da barragem principal, ainda há na cidade de Alumínio uma barragem auxiliar de 418 metros de extensão e 25 metros de altura.
Péricles ressalta que além da grande capacidade das barragens locais, o que reforça a necessidade de atenção especial é o fato de já existirem registros de dois vazamentos menores nos anos de 2001 e 2004, ocasião em que o derramamento de rejeitos chegou a causar a mortandade de peixes na bacia do Rio Sorocaba. Segundo dados enviados pela gerência regional da Cetesb à Câmara de Sorocaba em 2015, medidas corretivas foram realizadas pela CBA à época dos incidentes como forma de garantir a integridade e segurança das barragens.
“Outra questão que justifica um acompanhamento criterioso é o fato do projeto da ampliação do sistema de armazenamento de rejeitos ter obtido a licença de operação da Cetesb em setembro de 2012, prevendo que sua vida útil iria até 2020. Ou seja, precisamos saber se essa estimativa segue valendo e o que será feito com esses reservatórios e com os rejeitos que neles estão armazenados”, questiona o vereador.
Segundo o levantamento feito pela Cetesb em 2015, ano do rompimento da barragem de Mariana, um rompimento das barragens em Alumínio atingiria, além da bacia do Rio Sorocaba, a bacia do rio Pirajibu, que corta as regiões do Éden e Cajuru. O ofício de Péricles, que faz questionamentos sobre licenças, cronograma de últimas ações de fiscalização realizadas pela Cetesb nas barragens, entre outras questões, precisa passar pelo plenário da Câmara de Sorocaba antes de ser encaminhado ao escritório regional da agência ambiental. O documento será submetido aos demais vereadores já na primeira sessão após o recesso, em 5 de fevereiro.
(Assessoria de Imprensa – Vereador Péricles Régis – MDB)