19/02/2019 14h06

Marcelo Carriel, a convite do presidente da Casa, vereador Fernando Dini (MDB), fez uso da tribuna e disse que a delegacia tem alto índice de resolutividade de casos


O delegado seccional de Polícia Civil, Marcelo Carriel, fez uso da tribuna durante a sessão ordinária nesta terça-feira, 19, com o objetivo de apresentar um balanço das atividades policiais da Delegacia Seccional de Sorocaba, que abrange 18 municípios, atendendo uma população de cerca de 1,6 milhão de habitantes através de 43 delegacias. O presidente da Casa, vereador Fernando Dini (MDB), ao facultar a apresentação dos referidos dados, com a anuência do plenário, enfatizou: “Esses números da Polícia Civil e essa relação entre as instituições são muito importantes para que a gente possa construir políticas públicas de qualidade”.

De acordo com Marcelo Carriel, a Delegacia Seccional de Sorocaba apresenta uma alta resolutividade de crimes como homicídio e latrocínio. “Em 2018, ocorreram 37 homicídios, dos quais 28 foram esclarecidos, o que dá mais de 75% de resolução dos casos”, afirmou o delegado. No caso dos latrocínios, ocorreram dois casos, sendo que quatro foram resolvidos durante o ano de 2018, dois dos quais ocorridos em anos anteriores, por isso, o percentual de 200% de resolutividade, conforme explicou Carriel.

Problema nas leis – “Poucas cidades do Brasil têm esse alto índice de esclarecimento de homicídios e latrocínios”, afirmou. O delegado observou, ainda, que a Organização Mundial de Saúde considera aceitável, ainda que não ideal, um índice de um homicídio para cada 100 mil habitantes, enquanto Sorocaba e Região estão abaixo desse índice, apresentando 0,93 homicídio por 100 mil. Quanto roubo e furto de veículos, houve uma queda de 2,63%, passando de 570 casos (meta da Secretaria de Segurança Pública para o período) para 555 casos. No caso dos roubos, a redução foi de 32,51%, caindo de 689 para 465 casos.

“É muito furto de veículo”, afirmou Marcelo Carriel. “O problema da nossa legislação é que, hoje, quando um indivíduo furta um veículo, no outro dia ele é apresentado na audiência de custódia e, como não houve violência contra a pessoa, ele é liberado e volta para a rua no mesmo dia para continuar furtando. Isso reflete no desmanche e na alta do custo do seguro, entre outras consequências. O problema não é prender, mas manter preso pela legislação atual, que realmente não olha para a população, olha para o preso”, lamentou o delegado seccional.

Outros dados – Marcelo Carriel apresentou outros dados sobre as atividades policiais em 2018. “Foram apreendidas quase três toneladas de drogas somente pela Polícia Civil”, afirmou. No período, também foram recuperados 254 veículos. Foram presas, por mandado judicial, 1.629 pessoas e outras 127 foram presas em flagrante. Foram cumpridos 636 mandados de busca e apreensão e 535 medidas protetivas. “Foram cerca de 50 medidas protetivas para as mulheres por mês e esse número tende a aumentar devido à implantação da Delegacia da Mulher 24 Horas”, destacou Marcelo Carriel.

Autora (quando deputada federal), da Lei Federal 12.845, de 1º de agosto de 2013, conhecida como “Lei do Minuto Seguinte”, que dispõe sobre o atendimento das vítimas de violência sexual, a vereadora Iara Bernardi (PT) observou que o IML (Instituto Médico-Legal) não funciona a contento, o que dificulta o atendimento das mulheres e crianças vítimas de estupro. O delegado seccional reconheceu que o IML sofre com a falta de pessoal, especialmente nos plantões de final de semana. Segundo ele, isso se deve, sobretudo, ao fato de não terem sido realizados concursos públicos na área.