Prevenir que doenças renais se instalem antes mesmo do paciente ter a chance de buscar tratamentos que preservem seus rins. Essa é a proposta do Projeto de Lei (PL) 132/2019, que recebeu parecer de inconstitucionalidade por gerar custos ao governo municipal e que, diante disso, foi encaminhado nesta terça-feira (14) para oitiva do prefeito.
O PL, de autoria do vereador Hudson Pessini (MDB), propõe a realização de exames de urina tipo 1 e creatinina sanguínea na rede pública municipal de Saúde visando a prevenção da doença renal crônica (DRC). O custo da realização do exame pela tabela SUS é R$ 1,85, ou seja, são exames preventivos extremamente baratos e o paciente pode iniciar um tratamento que evita procedimentos de hemodiálise e diálise.
Prevenção urgente e necessária
Nesses casos, a prevenção torna-se extremamente importante, pois as doenças renais são silenciosas, sem sintomas e que não causa dor, o que dificulta o tratamento. As formas crônicas da doença causam degeneração progressiva do órgão e podem evoluir para a insuficiência renal.
Estimativas apontam que há redução de custos com o Tratamento Conservador da Doença Renal Crônica com estimativa da ordem de 19 a 61 bilhões de dólares, quando se faz prevenção com o exame da creatinina.
Os exames propostos visam descobrir precocemente a doença, já que o tratamento precoce evita que a doença se torne crônica e danifique definitivamente os rins. Em casos mais graves, somente um transplante renal ou diálise podem salvar o paciente.
“Na rede de saúde do município nenhum alarde é feito para que se oriente o cidadão da necessidade do exame de creatinina, o que geraria economia na área da saúde pública e, além de salvar vidas, também pode melhorar a qualidade de vida do paciente”, ressalta o vereador Hudson Pessini.
Segundo Juan Fidel Bencomo, coordenador do Biomarc (laboratório de biomarcadores do Vital Brazil), cerca de 80% dos óbitos em diabéticos é causado por insuficiência renal e a creatinina – usada na triagem dos grupos de risco – é o único marcador que pode fazer o diagnóstico precoce da doença.
Pedido partiu de audiência pública
O pedido por exames preventivos à DRC partiu de iniciativa popular durante audiência pública realizada pelo vereador Hudson Pessini no dia 27 de março deste ano, quando foram discutidos os problemas relacionados às doenças renais.
Entre as manifestações, o nefrologista Dr. Jaelson Guilhem Gomes, do Instituto de Hemodiálise de Sorocaba, apresentou números preocupantes segundo o especialista: 10% da população mundial possui DRC, doença relacionada à pressão arterial elevada, diabetes, além de hábitos alimentares e prática de atividade física.
“Com a realização da audiência tomamos conhecimento do quão difícil é viver com uma doença renal, já que o paciente precisa ir até Itu para passar por hemodiálise, pois Sorocaba não consegue atender a todos por aqui. Se não bastasse isso, ainda há a rotina de dia sim, dia não, fazer a hemodiálise, procedimento que debilita o paciente. Exames preventivos podem evitar que as pessoas passem por isso”, reforça Hudson Pessini.
(Assessoria de imprensa – vereador Hudson Pessini – MDB)