A Uniten (Universidade do Trabalhador Empreendedor e Negócios) prioriza o atendimento a PCDs (pessoas com deficiência) no preenchimento de vagas de seus cursos gratuitos, porém o sistema informatizado é tão defasado que não é capaz de contabilizar quantas pessoas dessa natureza já foram atendidas pelo órgão. Essa é a informação levantada por um requerimento do vereador Péricles Régis (MDB) ao Executivo.
O documento enviado por Péricles questionava a priorização de PCDs justamente em razão da enorme concorrência e do processo desgastante envolvendo a inscrição nos cursos da Uniten. Sempre que a Universidade do Trabalhador anuncia que abrirá vagas para novos cursos, centenas de pessoas se aglomeram na fila até um dia antes para garantir sua vaga. “Neste contexto, é completamente impossível que uma pessoa com deficiência consiga passar por essa espera. Na verdade, a Prefeitura deveria criar um sistema inteligente de sorteio que eliminasse a necessidade das pessoas passarem horas na fila para garantirem uma vaga, porém, enquanto o sistema de seleção permanece preenchendo as vagas por ordem de chegada, é imprescindível que as pessoas com deficiência recebam prioridade”, afirma o vereador.
Em resposta ao vereador, o Executivo informa que quando uma pessoa com PCD preenche a ficha para participar de um dos cursos, tem a opção de marcar num formulário de papel se possui alguma deficiência, o que fará com que os funcionários entrem em contato por telefone. No entanto o governo afirma que o sistema informatizado que possui o cadastro de todos os alunos atendidos ao longo dos anos pela Uniten é defasado e não possui um filtro que permita levantar quantas pessoas com deficiência foram atendidas até hoje. Isso ocorre porque o sistema é antigo e não possui o campo PCD na ficha cadastral informatizada. Atualmente, apenas dois alunos entre todos os cursos da Uniten possuem algum tipo de deficiência.
Para Péricles, a falta de dados oficiais a respeito do atendimento a PCDs é preocupante. “É uma cidade de grande porte que não conta com um dado estatístico básico. Como podemos saber se existe uma política efetiva de priorização funcionando?”, questiona. Em resposta ao requerimento, o Executivo informa que “tanto os interessados quanto o referido Conselho da categoria podem conferir o acesso a essa priorização indo conversar diretamente com os dois PCDs que estão em curso na Uniten”, afirma o texto. “O que busco são dados oficiais que comprovem que as pessoas com necessidades especiais estão sendo inseridas e tendo chances nesses cursos. É absurdo que um órgão municipal alegue que a única forma de constatar tão informação seja perguntar isso a alunos”, critica o parlamentar.
Péricles afirma que irá marcar uma reunião com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Robson Coivo e integrantes do Conselho da Pessoas com Deficiência para que um procedimento de seleção dos PCDs seja elaborado, eliminando a necessidade de que eles fiquem nas filas de inscrições.
(Assessoria de imprensa – vereador Péricles Régis – MDB)