Conduzida pelo presidente da Comissão de Saúde, vereador Hélio Brasileiro (MDB), a audiência contou com ampla participação de municípios da região
Com o tema “Saúde na Região Metropolitana de Sorocaba: Avanços e Desafios”, a Câmara Municipal de Sorocaba, por iniciativa do vereador Dr. Hélio Brasileiro (MDB), presidente da Comissão de Saúde da Casa, realizou audiência pública na manhã desta sexta-feira, 14, no plenário da Casa, com presença de autoridades políticas, representantes de entidades e profissionais da área. Também participaram da audiência o presidente da Casa, Fernando Dini (MDB), as vereadoras Iara Bernardi (PT) e Cíntia de Almeida (MDB) e os vereadores Anselmo Neto (PSDB), Engenheiro Martinez (PSDB), Hudson Pessini (MDB), João Donizeti (PSDB), Rodrigo Manga (DEM) e Silvano Junior (PV), além de vereadores e secretários municipais de Saúde de várias cidades da região.
Além do vereador, a mesa dos trabalhos foi composta pelas seguintes autoridades: deputada estadual Maria Lúcia Amary (PSDB); vice-prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho; diretor-presidente da Santa Casa, padre Flávio Jorge Miguel; diretora do Departamento Regional de Saúde (DRS-16), Paula Stuks; secretária municipal de Saúde, Kely Schetini; gerente médico da Central Reguladora Cross/SP, Guilherme Domingo Napoli; diretor técnico do Hospital Regional de Sorocaba, Carlos Garcia Oliva; e o médico Vinicius Rodrigues.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Fernando Dini, parabenizou o vereador Hélio Brasileiro pela realização da audiência pública e observou que “as fronteiras entre os municípios, sobretudo em relação à saúde pública, devem ser vencidas, por meio de novas formas de gestão”. Hélio Brasileiro, por sua vez, observou que, com a inovação tecnológica, o custo da saúde vem aumentando, o que implica em investir na prevenção e, devido à complexidade que envolve a saúde, o debate amplo propiciado pela audiência pública é um caminho em busca de soluções.
O vereador Hudson Pessini indagou sobre a residência médica no novo Hospital Regional e sobre o acesso ao hospital. Carlos Garcia disse que já existem residentes atuando no hospital, que, em 2021, terá uma residência própria. Maria Lúcia Amary disse tem cobrado muito do governo do Estado a melhoria do acesso ao hospital, uma vez que a rapidez do atendimento é fundamental para salvar vidas.
O vereador Anselmo Neto defendeu a evolução tecnológica da central de regulação, visando melhorar o fluxo de atendimento, e enfatizou a importância de se organizar a região por microrregiões de saúde. Já o vereador João Donizeti, entre outros questionamentos, solicitou às autoridades de saúde presentes um relatório detalhado sobre o atendimento realizado pela Central de Regulação, DRS e novo Hospital Regional e Conjunto Hospitalar, nos moldes do que tem sido feito a direção da Santa Casa.
O vereador Martinez defendeu que o Centro de Imagens São José, anexo a Santa Casa, seja melhor utilizado, pois tem capacidade para realizar mais atendimentos. Também ressaltou a importância do trabalho do Gpaci na área de oncologia. O diretor técnico do Gpaci, Gustavo Neves, também presente à audiência, disse que o Gpaci irá disponibilizar mais leitos para transplante e pediu apoio para a ampliação desse atendimento, inclusive em relação à região. Já a deputada Maria Lúcia Amary defendeu a integração da rede de saúde, com o objetivo de organizar melhor o atendimento de saúde.
A vereadora Cíntia de Almeida indagou sobre o atendimento aos politraumatizados no novo Hospital Regional, que não atende diretamente acidentados na estrada, e obteve a informação de que haverá uma nova regulação desse atendimento. O vereador Rodrigo Manga criticou o que considera um tom ameno da audiência pública e afirmou que “a saúde pública está uma vergonha”, elencando uma série de problemas no atendimento de saúde, além de criticar a terceirização, que, segundo ele, piorou o atendimento. Por fim, o vereador Silvano Junior criticou a regulação de vagas, citando o caso de uma paciente em estado grave que esteve diversas vezes na unidade básica de saúde, não foi encaminhada para internação e acabou falecendo em casa, aguardando vaga para tratamento hepático.
Fluxo de atendimento – Carlos Garcia, diretor-técnico do Hospital Regional de Sorocaba “Adib Jatene”, um dos dois primeiros hospitais em regime de parceria público-privada do Estado, explicou que o hospital, gerido por uma organização social, tem metas de produção e, de janeiro a maio deste ano, já alcançou o limite previsto de atendimento. Garcia observou que, em período de baixo crescimento econômico, como atualmente no país, há menos dinheiro para a saúde e mais pessoas buscando atendimento no sistema público de saúde, o que aumenta o desafio do setor.
Paulo Quintaes, superintendente do Seconci, organização de saúde que administra o Conjunto Hospitalar, enfatizou as melhorias que estão sendo realizadas pela nova gestão do hospital, como a redução do prazo de atendimento, e observou que o hospital conta com cerca de 1.300 funcionários públicos. Adiantou que o hospital terá um aparelho de radioterapia, que deverá começar a funcionar no início do próximo ano.
Guilherme Napoli explicou o funcionamento da Central de regulação, que, segundo ele, segue as regras definidas pelos colegiados que envolvem os municípios da região. Respondendo a questionamentos dos vereadores, informou que a central tem investido na informatização para melhorar o fluxo de atendimento. O padre Flávio Miguel, por sua vez, disse que a saúde conta com pessoas altamente capacitadas e com muita boa intenção. “Mesmo assim, a saúde continua na UTI”, afirmou, observando que se deve por problemas no fluxo de atendimento. A secretária municipal de Saúde, Kely Schettini, também enfatizou a importância de organizar o fluxo de atendimento da região e antecipou que, na audiência que terá com o ministro da Saúde, irá discutir o assunto.
A audiência também contou com participações do público. Maria Lucila Lima, do Gepaso (Grupo de Apoio à Aids de Sorocaba), tratou da questão dos medicamentos de alto custo e defendeu que uma audiência pública do gênero seja feita com duração de pelo menos um dia para poder aprofundar o debate. Renato Lessa, da Transdoreso, disse que os pacientes transplantados estão sem remédio. O sindicalista André Antonio Diniz criticou a falta de investimentos na saúde por parte do Governo do Estado e defendeu a valorização dos servidores da saúde. Francisco Valério criticou a demora na realização de exames até para pacientes já internados, o que encarece dos custos de internação. Sua crítica foi corroborada pelo padre Flávio Miguel.