08/03/2021 12h11
atualizado em: 08/03/2021 12h58
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Além das vereadoras Iara Bernardi (PT) e Fernanda Garcia (PSOL), também participou da conversa a presidente do Conselho da Mulher, Emanuela Barros

Iara Bernardi (PT)Fernanda Garcia (PSOL)Uma roda de conversas com as vereadoras Iara Bernardi (PT) e Fernanda Garcia (PSOL), com a participação da presidente do Conselho da Mulher, Emanuela Barros, marcou na Rádio Câmara, na manhã desta segunda-feira, 8, a abertura das comemorações alusivas ao Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente em 8 de março. A roda de conversas abriu a programação especial da Rádio Câmara e da TV Câmara, que também está sendo transmitida pelas redes sociais da Casa.

Iara Bernardi enumerou discriminações que a mulher enfrenta no mercado de trabalho e disse que qualquer crise, como a atual pandemia, afeta mais as mulheres. Por sua vez, Fernanda Garcia destacou que a data serve para “celebrar conquistas e refletir sobre as lutas que ainda são necessárias”, enfatizando que a pandemia de Covid-19 teve forte impacto na vida das mulheres. Corroborando a vereadora, Emanuela Barros destacou que as mulheres estão na linha de frente do combate à pandemia.

A presidente do Conselho da Mulher explicou o funcionamento do órgão, enfatizando que, depois de muita luta, o conselho, desde 2017, passou a ser deliberativo e não apenas consultivo. “O Conselho da Mulher de Sorocaba é um dos mais antigos do Brasil e o primeiro do interior do Iara Bernardi (PT)Estado de São Paulo”, enfatizou Emanuela Barros, citando uma série de conquistas do conselho, como a Casa-Abrigo da Mulher e a implantação da Delegacia de Defesa da Mulher em Sorocaba.

Pauta abrangente – Fernanda Garcia disse que a pauta de direitos das mulheres é muito abrangente, pois, além da violência doméstica, também envolve questões salariais e de saúde. A vereadora também destacou que, cada vez mais, as mulheres estão se tornando chefes de família e, nessa situação de pandemia, necessitam de um auxílio emergencial justo. A parlamentar também discorreu sobre a dupla e tripla jornadas de trabalho da mulher, que acumula o trabalho fora de casa com o trabalho doméstico.

A vereadora Iara Bernardi repudiou a forma como a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo se conduziu no julgamento do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), acusado de assédio sexual pela deputada Isa Penna (PSOL), com imagens gravadas pela própria TV Legislativa. O parlamentar teve sua pena reduzida de seis para quatro meses de suspensão. “Os homens unidos na Comissão de Ética da Assembleia protegeram aquele deputado”, afirmou Iara Bernardi, conclamando as mulheres a se unirem também para defender seus direitos contra os privilégios dos homens. “O feminismo é positivo, ele não é negativo como o machismo” – enfatizou.

Fernanda Garcia na Rádio CâmaraFernanda Garcia também repudiou a minimização do caso do assédio contra Isa Penna, sua colega de partido, e, a exemplo de Iara Bernardi, defendeu que o deputado deveria ter seu mandato cassado. A vereadora enfatizou que a união das mulheres é fundamental e disse que elas devem ocupar todos os espaços possíveis. “A luta é diária e os espaços de poder precisam ser ocupados por mulheres que defendam as mulheres” – enfatizou a parlamentar. 

Manifesto do conselho – Emanuela Barros observou que, no Congresso Nacional, há um painel com os parlamentares que fizeram algumas das leis mais importantes do país, lembrando que, entre eles, se encontra o nome de Iara Bernardi, uma das poucas mulheres presentes no painel. “Nós só conseguimos avançar em muitas causas devido a essas leis de Iara quando deputada. Por isso, é um absurdo que uma mulher reproduza o machismo e não compreenda a importância da luta e da união das mulheres”, enfatizou.

Emanuela Barros, do Conselho da MulherNo final da primeira roda de conversas, Emanuela Barros leu um manifesto do Conselho da Mulher, intitulado “Carta Aberta do Movimento das Mulheres de Sorocaba para o Dia Internacional da Mulher”, no qual defendeu “auxílio emergencial já”, o fim da violência contra a mulher e criticou o que classificou como “necropolítica” do Governo Federal. Também alertou para o risco de retrocesso nos direitos conquistados pelas mulheres e minorias, observando que, durante a pandemia, aumentou a violência contra as mulheres. 

“Muitas mulheres ainda não podem decidir sobre suas vidas, não se constituindo sujeitos complexos e ativos na sociedade. Nesse 8 de Março celebramos os enormes esforços das mulheres em todo o mundo na construção de um futuro mais igualitário e na recuperação da pandemia do Covid-19. Mas, para isso, precisamos de um feminismo que liberta, que emancipa, que acolhe, sem esquecer que a pobreza no Brasil é feminina e preta” – concluiu, lembrando que o lema do Conselho da Mulher é: “Mexeu com uma, mexeu com todas”.