No programa “Manhã Câmara”, da Rádio Câmara, o vereador e o secretário Luiz Antõnio Zamuner também homenagearam Zilá Gonzaga e Santão
Fausto Peres (à direita) com Luiz Zamuner, com Priscilla Radighieri na Rádio Câmara O presidente da Comissão de Cultura e Esporte da Câmara Municipal, vereador Fausto Peres (Podemos), e o secretário de Cultura, Luiz Antônio Zamuner, participaram na manhã desta sexta-feira, 14, do programa Manhã Câmara, da Rádio Câmara, comandado por Priscilla Radighieri, quando abordaram a aplicação da Lei Aldir Blanc em Sorocaba e os meios de fomentar a cultura em tempos de pandemia, entre outras temas.
Na abertura do programa, os entrevistados renderam suas homenagens à radialista Zilá Gonzaga, que morreu na quinta-feira, 13, aos 87 anos, depois de atuar no rádio durante 71 anos. A apresentadora Priscilla Radighieri leu um texto do jornalista Urbano Martins, intitulado “Calou-se a voz da primeira funcionária da Rádio Ipanema” e publicado no sítio do Jornal Ipanema, em que o jornalista traça um perfil da radialista, que começou sua carreira em 1949 na Rádio Clube de Sorocaba. Também foi homenageado o presidente de honra da Escola de Samba 28 de Setembro, José Carlos dos Santos, mais conhecido como Santão, que morreu no mesmo dia (quinta-feira, 13), aos 69 anos, vítima de Covid-19.
Fausto Peres (Podemos)“Zilá Gonzaga tinha uma voz doce, era uma locutora admirável, que vai deixar muitas saudades. Tive a honra de tê-la presente numa sessão solene que organizei em comemoração ao Dia do Rádio. Zilá Gonzaga quebrou muitas barreiras, venceu muitas dificuldades e abriu porta para muitas mulheres em Sorocaba”, afirma Fausto Peres (Podemos). O secretário Luiz Antônio Zamuner também prestou suas homenagens a Zilá Gonzaga: “Ela passou 71 anos fazendo arte. E vai deixar um legado enorme”. Peres e Zamuner também lamentaram a morte de José Carlos dos Santos, o Santão, por seu papel na cultura sorocabana e na valorização da comunidade negra, bem como na realização do carnaval.
Lei Aldir Blanc – Como presidente da Comissão de Cultura, Fausto Peres vem trabalhando para implementar em Sorocaba a Lei Aldir Blanc, aprovada pelo Congresso Nacional com o objetivo de auxiliar os artistas durante o período de pandemia em que não podem realizar suas atividades. “Sorocaba contou com cerca de R$ 4 milhões da Lei Aldir Blanc para auxiliar os artistas na cidade. Ela tinha vigência até dezembro do ano passado, mas acabou sendo prorrogada para o final de 2021 e ainda há recursos para beneficiar mais artistas que ainda não foram contemplados”, conta.
Por meio de requerimento ao Executivo, Fausto Peres obteve informações da Secretaria de Cultura sobre a aplicação da Lei Aldir Blanc em Sorocaba. Segundo as informações que obteve da pasta, foram apresentados pelos artistas sorocabanos 166 projetos, dos quais 151 foram contemplados, beneficiando 825 artistas com um recurso de até R$ 3.500,00 para cada um deles. Outros 34 projetos de espaços culturais foram contemplados. “Fui informado também que ainda há recursos no valor de R$ 587 mil, que, com a prorrogação da validade da lei, poderá ser utilizado até o final deste ano. É sobre isso que estamos conversando com o secretário”, afirma Fausto Peres.
Luiz Zamuner, secretário de CulturaEconomia criativa – O vereador e o secretário observam que, devido à própria natureza do trabalho artístico, os artistas foram os primeiros que pararam na pandemia e serão os últimos a voltar, o que torna o auxílio extremamente necessário. Zamuner disse que será elaborado um novo edital para beneficiar os artistas. O secretário lembrou que o Brasil sempre foi muito forte em economia criativa, inclusive exportando sua arte e seus artistas para todo o mundo. Também observou que o trabalho da Secretaria de Cultura busca conciliar a tradição e as vanguardas e discorreu sobre as diferenças e aproximações entre a cultura erudita e a cultura popular.
“É um erro confundir uma elite tradicional como elite estratégica. O presidente da Febraban se senta ao lado do presidente do sindicato, ambos fazem parte da elite estratégica. Então se pode pensar numa forma de se estimular a elite econômica a investir na elite estratégica”, explicou, inspirando nas teses do crítico literário Alfredo Bosi, professor emérito da USP, que morreu em 21 de abril último aos 84 anos. O secretário também falou das ações que a pasta vem tentando desenvolver em meio à pandemia, valendo-se dos meios eletrônicos, e citou como exemplo a Fundec, cujos concertos apresentados virtualmente acabaram atingindo um público mais amplo do que presencialmente.
Por fim, Fausto Peres reiterou seu empenho em levar o benefício para os artistas que ainda não conseguiram os benefícios da Lei Aldir Blanc e disse acreditar que esses esforços darão resultados e será possível atender uma parcela maior de artistas. Zamuner, por sua vez, elogiou o trabalho do parlamentar por ser uma das primeiras pessoas que o procuraram, já no início da gestão, para apresentar a demanda dos artistas que não tinham sido contemplados, inclusive os profissionais de apoio, como técnicos de som, entre outros.