21/05/2021 13h21
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Essa premissa foi defendida pelo vereador em entrevista ao programa “Bate-Papo com os Vereadores” da TV Câmara, quando falou das ações de seu mandato

Prof. Salatiel Hergesel na TV CâmaraA ação sindical em prol da melhoria dos serviços públicos, as demandas decorrentes do mandato legislativo e a confluência entre essas duas vertentes de seu trabalho foram o foco da entrevista do professor e vereador Salatiel Hergesel (PDT) ao programa Bate-Papo com os Vereadores, da TV Câmara, na manhã desta sexta-feira, 21, com apresentação de Carlos Garbo. Além de lembrar sua trajetória como sindicalista, o vereador também falou de outras demandas cidade, que busca representar através de seu mandato parlamentar.

Natural de Sorocaba, onde nasceu em 4 de dezembro de 1965, Salatiel Hergesel (PDT) é professor da biologia e ciências da rede municipal de ensino, com Mestrado em Educação na Universidade de Campinas (Unicamp), além de orientador pedagógico. Sua experiência sindical começou aos 19 anos, quando trabalhou numa metalúrgica e vivenciou a primeira greve de sua vida. Ingressou no magistério estadual em 1991 e, desde então, participou das lutas da Apeoesp, o Sindicato do Professores do Estado de São Paulo. No final dos anos 80 e início dos anos 90, também participou do movimento das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, que, segundo conta, também foi importante em sua formação.

“Como professor, sempre optei por trabalhar na escola pública. Dei aulas em várias escolas da periferia de Sorocaba, em bairros como a Vila Sabiá e o Habiteto, onde havia várias demandas sociais, com as quais eu sempre gostei de me envolver”, conta. “Quando o sindicato trabalha por melhores condições de trabalho, defendendo uma escola de qualidade, uma UBS reformada, ele está contribuindo para a redução das desigualdades sociais, pois quem mais precisa do serviço público é justamente a população de menor renda. É ela que precisa da escola pública, da Unidade Básica de Saúde, da Guarda Municipal. Portanto, a luta para melhorar os serviços públicos é, simultaneamente, uma luta em prol dos menos favorecidos”, sustenta.

Escola Cívico-Militar – Salatiel Hergesel é contrário à implantação da Escola Cívico-Militar em Sorocaba, alegando dois motivos: um de ordem filosófico-pedagógica, outro de ordem pedagógico-administrativa. “A escola tem que ensinar a criança a ser cidadã, não é simplesmente repassar conteúdo, porque isso o Google faz melhor do que a escola. A Escola Cívico-Militar tem uma série de regramentos que inibem a cultura dos jovens e não são suficientes para coibir a violência. Ela acaba por bloquear a criatividade da criança. A violência não será reprimida com regras da escola cívico-militar, porque ela é fruto do meio em que a criança vive ou de distúrbios psicológicos, entre outros fatores”, afirma.

Salatiel Hergesel com Carlos GarboOutro aspecto pelo qual o vereador é contrário ao programa sobretudo nos moldes em que está sendo implantado decorre da unidade escolhida, no caso a Escola Matheus Maylasky. No seu entender, não houve uma discussão verdadeiramente democrática com a comunidade escolar e alunos que estão na escola desde o primeiro ano e não querem o novo modelo estão sendo prejudicados. “Temos que pensar nesse aluno que está no Matheus Maylasky há seis, sete anos; ali é onde está a sua infância, o início de sua adolescência e, de repente, ele tem que mudar tudo isso ou sair da escola. Não é justo. Os pais têm o direito de escolher a escola”, afirma. “O correto seria implantar o programa numa nova escola, começando do zero, e os pais escolheriam livremente, sem prejuízo para ninguém”, afirma.

Prédios públicos – Salatiel Hergesel defendeu a ampliação do contingente da Guarda Civil Municipal e que a corporação disponha de sede própria, bem estruturada, para continuar sendo uma referência da Região Metropolitana. “Além disso, haverá economia com o aluguel”, afirma o vereador, que defendeu a reforma de vários prédios públicos que estão em más condições, entre eles, a Policlínica. Também cobrou a implantação de proteção física de acrílico nas Casas do Cidadão e nas Unidades Básicas de Saúde, entre outros locais de atendimento ao público. E estendeu a cobrança em relação à oferta de equipamentos de proteção individual para os servidores, observando que, há momentos em que há essa oferta, e momentos em que ela não ocorre. 

O vereador também falou sobre a segurança nas escolas municipais. “Qualquer medida para se evitar invasão e roubo nas escolas terá o nosso apoio, por isso sou a favor da implantação dos vigias nas escolas. Proteger os prédios públicos é fundamental, mas também é preciso ter políticas públicas para evitar que mais jovens ingressem na criminalidade e depredem escolas”, ressalva, observando que a situação das escolas é calamitosa. Salatiel Hergesel também cobrou a ampliação do contingente da Guarda Civil Municipal, devidamente auxiliada por um monitoramento inteligente, e defendeu uma campanha de valorização dos prédios públicos para que a população desenvolva um sentido de pertencimento em relação a eles.

Salatiel Hergesel: demandas diversasOutras demandas – O parlamentar também sugeriu a retomada do Projeto Sabe-Tudo, cujas unidades, no seu entender, poderiam ser direcionadas para os cuidados com a população idosa, entre outras ações. “Com o envelhecimento da população, cresce o número de idosos que se sentem sozinhos e necessitam de cuidados. O Sabe-Tudo poderia desenvolver um trabalho nesse sentido”, enfatiza.

Em relação à pandemia, o vereador afirma que “a vacinação poderia estar muito mais adiantada se tivesse havido o encaminhamento correto por parte do Governo Federal” e observou que “todo mundo que lida diariamente com o público necessita ser vacinado”, acrescentando que “o servidor, em sua maioria, lida com o público e, portanto, tem essa necessidade.

Salatiel Hergesel fez questão de ressaltar o papel dos servidores da saúde, que trabalharam um ano até surgirem as vacinas, “arriscando a sua vida e a de seus familiares”. Na educação, como ainda não é possível vacinar as crianças e todos os pais, o vereador reivindica a vacinação de todos os profissionais de educação. “Nosso sonho é que isso seja possível para que tenhamos crianças se educando presencialmente, convivendo e se educando socialmente”, afirma.

Por fim, o vereador também explicou a necessidade de aumento das alíquotas da Funserv, determinada pela Reforma da Previdência, lembrando que a instituição foi bem gerenciada e seu déficit se deve ao período em que o governo não aportou na fundação a sua contribuição patronal. “Se o projeto não fosse aprovado, a Prefeitura de Sorocaba não teria a certificação da previdência para receber algumas verbas federais. Repudiamos esse aumento, mas buscamos alternativas, no caso, um reajuste de 3% para o servidor a ser pago no ano que vem”, explicou, elogiando o Executivo e o Legislativo pela condução desse processo de negociação ao lado do Sindicato dos Servidores.